quarta-feira, 13 de março de 2019

MASSACRE EM SUZANO: TV VIRA REDE SOCIAL EM DIA TRÁGICO

    Se a gente for analisar só do ponto de vista do trabalho da imprensa, a cobertura do massacre na escola foi bem complicado. Primeiro pela natureza do caso. Segundo pelo volume enorme de informações que "ia chegando". Difícil pra quem estava trabalhando nas emissoras de TV e complicado, também, para a reportagem que foi para o local.
    Notícias iam sendo apuradas no momento em que aconteciam...sim, "é osso"! Mas faz parte do trabalho de "ser" jornalista. Em situações como essa, nem sempre se pode contar com os melhores, os mais experientes. "Experiência", por falar nisso, é o que menos se tem nos meios de comunicação. Patrões trocam experiência por novatos com salários menores. Mas isso é assunto pra outra conversa...
    Aqui vamos ficar na história da cobertura...no "sufoco" para dar as informações, tem repórter que se saiu assim:
    --- "Boa tarde...se é que se pode dizer que vai ser uma boa tarde..."
    Outro:
    --- "E essa pessoa veio a óbito..." (melhor seria dizer que a pessoa morreu).
    Ainda:
    --- "Ele começou a atirar a esmo..." . Oi?!
    Nos estúdios era aquele climão, também, de tentar entender o que acontecia... Naqueles programas policialescos, a Record apelou feio: mostrou imagens de corpos ensanguentados nos corredores da escola. Tinha uma "película" pra dar aquele efeito de "névoa", mas dava pra identificar claramente o que a imagem mostrava...
    Na TV a cabo, com menos recursos, a BandNews ficou mais com imagens ao vivo do local e um apresentador falando em "off" sem parar...também  repetia à exaustão uma imagem de celular que mostrava a rua ao lado do colégio, e dava pra ouvir - quem gravava - dizendo o que ocorria... Na GloboNews, com bem mais recursos, uma ou outra entrada de repórter, mas, na hora da "mesa redonda" parecia mais um "papo de boteco". Ou seja, mesmo quem não era especialista na área (educação ou segurança), dava "palpite", "opinião"... ficava mais no "achismo"...na "importância" de se evitar esse tipo de tragédia. Mas sem uma análise mais "técnica". 
    Sim, ficava claro que as emissoras precisavam "encher o tempo", "ficar na cobertura", "não deixar o assunto esfriar"...
    Na Globo, quem "salvou a cobertura" (pelo menos até o começo da tarde) foi o Cesar Tralli, Com o celular em mãos, recebia várias informações e ia repassando ao vivo.
    Jornalismo ao vivo não é para amadores nem para inexperientes.




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