JORNALISMO DA BALA E DA BOLA

    Almocei numa panificadora perto de casa. Na minha frente, a uns 3 metros de distância, estava uma TV ligada no telejornal. Impossível não assistir. Não ligo mais televisão pra "ver notícia". Mesmo porque, não existe mais informação importante, contextualizada, aprofundada, preparada por gente competente. Há um "terraplanismo" no noticiário. A tela da TV é plana...o jornalismo também se tornou. Nesse caso, fui "telespectador passivo".

    O que eu vi em aproximadamente 30 minutos? "notícias" relacionadas à área policial (em todas as suas "nuances") e a um jogo de futebol. Será que é só isso que acontece no Paraná? Bala e bola? Ok, a partida "em questã" é a decisão da Copa do Brasil. Evento importante (pra quem gosta de futebol...). Mas dedicar um telejornal praticamente só a esse assunto? Diriam os(as) executivos(as) "burrocraticamente": "É, mas é preciso PAGAR a viagem da equipe até Porto Alegre...por isso é que destacamos tanto". Afirmo: Dinheiro é problema do financeiro. O  problema do jornalista é fazer jornal.

    Sem querer ofender (como diria um personagem de Jô Soares no "Planeta dos Homens", "perguntar não ofende"...) pergunto: Que fim levou a reportagem? telejornal sem reportagem não é jornal. É só tele....E o BOM TEXTO?  Ter transformado a televisão aberta em "mais popular", não significa abrir mão dos bons textos, da criatividade, da qualidade do trabalho final.

    E aqueles outros tantos assuntos que sempre renderam boas matérias? Economia praticamente inexiste na telinha (só quando falam de mutirão de pagamento de dívida...). Mas e a "economia maior"? O que o estado (ainda) produz? O que a inovação tecnológica  traz para o desenvolvimento das empresas paranaenses? E a educação? A cultura?

    O jornalismo plano não tem uma visão tão ampla. É só até onde os olhos alcançam... em linha reta.... em tela plana.

QUEM MANDA MAIS: A MÍDIA DA BALA...

A MÍDIA DA BOLA...