Sexta-feira Santa, ótimo dia para reflexões (não precisam ser necessariamente religiosas, mas filosóficas ou existenciais...), principalmente em tempos de coronavírus. E foi justamente a doença que castiga a humanidade que fez lembrar um fato histórico em Roma.
É na Via del Corso, balada rua de comércio de grifes internacionais, que está localizada a igreja de San Marcelo Al Corso. Nela está o chamado "crucifico milagroso". Ele passou a ser chamado assim porque um grande incêndio destruiu a igreja em 1519 e só sobrou o crucifixo. Intacto.
No século 16, a grande peste ainda atingia a Europa. Roma não escapou. Em 1522, desesperados, os frades Servos de Maria decidiram levar o crucifixo em procissão penitencial da igreja de San Marcelo até a Basílica de São Pedro. Temendo o risco de contágio (já se pensava em distanciamento social naquela época...) as autoridades quiseram impedir a procissão.
Mas o povo estava tão apavorado com a morte que parecia iminente para todos, que a imagem foi levada, assim mesmo, sob "forte aclamação popular". E a procissão foi uma maratona de fé: durou 16 dias e percorreu toda a região de Roma. Quando o crucifixo retornou à origem (na igreja de San Marcelo) a peste já havia acabado.
Coincidência? Milagre? Aqui cada um julga da maneira que achar melhor.
Em 2020, com a pandemia do coronavírus, o Papa Francisco visitou a igreja de San Marcelo, no dia 15 de março, e rezou pelo fim da doença.