Estamos à deriva. O capitão - que deveria comandar a nave - na verdade nunca comandou. Até os ratos já abandonam o navio. Isolados numa aparente "calmaria" de distanciamento social, esperamos que "bons ventos" - que nunca sopram - nos levem para dias melhores.
Presos no porão de tantos pensamentos, flutuamos num mar morto. Haverá salva-vidas para todo mundo? Não! Haverá botes para todos quando nosso "titanic" afundar de vez? Não! Dessa vez, nem Jack nem Rose escaparão! Os "comandantes", covardemente, nos abandonaram. "Se eximiram" de culpa e de responsabilidade. Disseram: "É com vocês!"
Numa nave sem tripulação, sem bússola, cada um vai ter de cuidar de si. É um mergulho na incerteza. Se ficar, o barco afunda. Se correr, o "tubarão de terra firme", o coronavírus, pega! Sair ou ficar? A razão manda esperar, porque, mais cedo - ou mais tarde - o socorro deve chegar. É a esperança na vida. Mas há os que agem com o coração: Pulam de cabeça no movimento. Sem máscara. Mas dá pra dizer que eles saltam de olhos fechados.Porém, não é "terra à vista", é "perigo à vista".
Chegaremos a um porto seguro? Pode ser. Mas não tenho a segurança de dizer quando será. Cansado de ficar nesse convés, de comer sempre a mesma comida "de bordo"? Quem não está? Mas a travessia é longa - parece que vai ser maior do que imaginamos. É bom preparar o estômago e a mente.
Tudo o que queremos é desembarcar num novo mundo.
