"Luís Inácio falou....Luís Inácio avisou: São 300 picaretas com anel de doutor", já cantou o grupo "Paralamas do Sucesso". Poisintão.... Arthur Lira (PP-AL) foi eleito presidente da Câmara com 305 votos. Foi "empurrado" para o cargo com o apoio do centrão (do qual é um dos comandantes...) e das verbas generosas para emendas parlamentares que o Messias tratou de providenciar às vésperas do pleito...
Mas...como integrante, durante quase 3 décadas, do famigerado "centrão", "seu Jair" sabe como a banda toca e como é o movimento das marés. A conta pelo apoio vai vir. E vai ser salgada...
Baleia Rossi (MDB-SP) "morreu na praia". Fez apenas 145 votos. Tinha o apoio do ex-presidente da casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e de grande parte da oposição. Diga-se de passagem: Vem eleição, vai eleição e opositores não aprendem: Foram de Baleia, mas também pintou a candidatura de Luiza Erundina (PSOL-SP) que fez míseros 16 votos. Cadê a "coerência" de união das esquerdas? Se não se entendem nem para uma eleição na Câmara, imagine para a Presidência da República...
Lira (bolsonarista da categoria "premium") assim que foi eleito, já disse a que veio: o primeiro ato como presidente foi anular a votação para os demais integrantes da Mesa Diretora e convocar nova eleição. A oposição chamou de "golpe" e afirmou que vai ao STF contra essa medida.
Parecia impossível (nada é impossível na política...) mas essa eleição "destroçou" o DEM de Rodrigo Maia. ACM Neto, lá na Bahia, fez o "serviço" de dividir o partido: levou parte da bancada a apoiar Arthur Lira. Possíveis cenários: Maia deixa o DEM. Vai pra onde? Para o PSDB, já que os tucanos sempre foram bem próximos do DEM? Por falar em PSDB, como fica o projeto de Doria de ser candidato à Presidência da República?
Qual é o "legado" de Maia? Nascido em Santiago do Chile há 50 anos (sim! é chileno de nascimento...), mas criado no Rio de Janeiro, fez carreira na Câmara Federal: Está no sexto mandato seguido de deputado. Representa aquele eleitor carioca conservador nos costumes e liberal em termos de economia.
Antônio Augusto de Queiroz, analista político do DIAP - Departamento Intersindical de Análise Parlamentar , comentou que Maia teve "sucesso em emplacar uma agenda liberal na economia." Em entrevista ao UOL, ele afirmou: "No plano macro, Maia manteve a independência da Câmara, manteve diálogo com a oposição e foi coerente com sua visão liberal e fiscal. Operacionalmente, foi efetivo nas pautas econômicas. Foi determinante para a aprovação da reforma da Previdência e do Marco Legal do Saneamento".
O relacionamento com o Messias nem sempre foi "amigável". Em 2019, teve um "abalo" nas relações. O "seu Jair" disse que Maia estava "abalado com coisas da vida pessoal", depois da prisão do ex-ministro Moreira Franco, que era casado com a sogra de Maia. O parlamentar retrucou afirmando que Bolsonaro "estava brincando de presidir o Brasil".
Mesmo com esse comportamento de "gato e rato", vamos lembrar que o então presidente da Câmara foi beeeemmm favorável ao Messias: Deixou na gaveta mais de 60 pedidos de impeachment.
Sobre isso, comentou o ex-senador e ex-governador do Paraná, Roberto Requião, do "velho MDB de guerra":
"Rodrigo Maia não é um covarde, não é um rato, não é traidor. Rodrigo Maia é um quadro da direita brasileira, por formação e por convicção".
