sexta-feira, 12 de fevereiro de 2021

DIÁRIO DA PROVÍNCIA: MESSIAS E O BOLSONARISTA RATINHO QUEREM "ENTUBAR" UM PEDÁGIO MAIS CARO NO PARANÁ

   


     O novo modelo de pedágio no Paraná está sendo debatido em várias cidades do estado. Deputados da Frente Parlamentar que estuda o assunto, estão, nessa sexta-feira, em  Cornélio Procópio. Eles já passaram nessa quinta por Londrina.
    Qual é a bronca? Com o apoio do governador Ratinho Junior (PSD), um bolsonarista de carteirinha, o Ministério da Infraestrutura quer conceder 3.327 quilômetros de rodovias federais e estaduais em 42 praças de pedágio. Já existem 27 praças. Ruralistas, empresários, sindicalistas e políticos estão na bronca por que no projeto há, por exemplo, a autorização de aumento de até 40% na tarifa do pedágio, depois da duplicação de alguns trechos.
    O deputado Requião Filho (MDB), que faz parte da Frente Parlamentar, explica a indignação geral:
    “São obras que nós já pagamos e não foram realizadas nos últimos 24 anos! A sociedade precisa prestar atenção sobre o que está sendo apresentado. O que parece ser um pedágio mais barato hoje, em poucos anos, estará muito mais caro e sem condições de contestação”.
    As próximas audiências: Guarapuava (18/02), Francisco Beltrão (19/02), Maringá (25/02), Apucarana (26/02), Curitiba (04/03) e Ponta Grossa (05/03).
    A preocupação do deputado Requião Filho faz sentido: Tudo começou na década de 90 no governo Jaime Lerner. A ideia, no papel, parecia boa: O estado concedia rodovias do chamado "Anel de Integração" para empreiteiras que tinham a obrigação de recuperar e duplicar as estradas. Em troca, cobrariam pedágio. Acordo fechado, começou a cobrança. Só que...o valor era considerado muito alto já naquela época. Por exemplo: Entre Curitiba e as praias/Porto de Paranaguá, a tarifa é um absurdo.
    Veio uma eleição e novo acordo: As tarifas baixaram 50% e as concessionárias ficaram "desobrigadas" de duplicar o Anel. Resultado: As duplicações nunca mais continuaram, o preço do pedágio voltou a subir e sobrou para o bolso dos motoristas.
    Vem eleição, vai eleição, e o pedágio sempre é um dos temas principais de campanha. Numa delas, então candidato ao governo, Roberto Requião (MDB), se elegeu no começo da década de 2000 com o slogan :"Ou o pedágio abaixa ou acaba". O político foi eleito e a tarifa nem baixou nem acabou.
    Requião já explicou algumas vezes: os primeiros contratos feitos na década de 90 eram "draconianos", rigorosos, severos, "bem amarrados" no sentido de proteger em excesso as empreiteiras. Se o governo tentasse simplesmente rasgar o documento, teria de pagar uma multa milionária.
    Portanto, meu amigo/minha amiga. Não adianta rezar, "cair de joelhos" nas "encruzas das rodovias", acender vela pra tudo quanto é santo e fazer promessa. Literalmente, o negócio é não permitir que esse tipo de contrato seja feito.