Nessa terça-feira, a Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do projeto para que empresas privadas possam comprar vacina contra a covid-19 sem o aval da Anvisa para imunizar os empregados. A proposta ainda precisa percorrer um pequeno caminho antes que vire lei: Agora o plenário vai analisar os destaques que podem alterar a medida. Depois disso, o projeto ainda terá de ser votado pelo Senado. Aí sim será encaminhado para a sanção presidencial.
Foram 317 votos a favor da proposta e 120 contra.
Bora lembrar que essa ideia já "vem rolando" desde o começo da pandemia, há mais de um ano. Patrões chegaram até a sugerir: "Compramos, por exemplo, 10 milhões de doses. Deste total, doamos 5 milhões para o SUS". Outros simplesmente sempre pretenderam fazer o que prevê esse projeto: Quem tem dinheiro se vacina, quem não tem espera pra ver se sobra alguma coisa. Isso porque os laboratórios não dão conta, num prazo razoável, de tantos pedidos do mundo inteiro.
O mal maior que essa medida causaria: Idosos, grupos prioritários (profissionais de saúde, por exemplo) e pessoas com comorbidades correriam sério risco de ficarem sem vacina. Pessoas pobres, claro, que não poderiam pagar pelo imunizante. A maioria do povo, claro, porque a pobreza só aumentou de 2016 para cá.
Pra evitar que "só quem tem dinheiro se salva", ficou determinado que os laboratórios deveriam vender as vacinas apenas para governos (sejam municipais, estaduais ou o federal) para que esses vacinem todos mundo via SUS. Como, obviamente, está ocorrendo.
Mas...agora 317 infelizes parlamentares (sabe lá sob qual "motivação") aprovaram esse projeto que pode dividir o Brasil em dois:
A classe de quem tem dinheiro pra ser vacinado....e a classe daqueles que não têm dinheiro e sabe-se lá quando receberão a vacina.
