quarta-feira, 30 de junho de 2021

INVERNO NA BOLEIA: "MOTORISTA RAIZ" É QUEM ERA DONO DE CARRO A ÁLCOOL ATÉ O COMEÇO DOS ANOS 90!!!

    


      O inverno no Sul ainda é "terrível". Mas já foi mais gelado. Quem era dono de carro a álcool até a metade dos anos 90 (e era SÓ a álcool, não havia "biflex"), sabe muito bem disso. Morador de Curitiba, masoquista, tive dois. Um era um 147. Outro era um Oggi
    O primeiro era MUITO econômico. Você enchia o tanque, ia pra praia num fim de semana, rodada por lá, voltava e pensava que o marcador de combustível estava quebrado: A marcação não chegava ao consumo de 1/4 de tanque. Pensava: "Ué... mas não gastei quase nada!". A vantagem era a economia. Mas, no inverno, era uma desgraça pra fazer pegar. As novas gerações que só conhecem carros com parte mecânica tudo elétrica não tem a menor noção do que seja um carburador
    Poisintão...naquelas madrugadas/manhãs geladas de inverno curitibano, você tinha de abrir o carburador e jogar gasolina direto lá dentro. A gasolina que havia naquele pequeno reservatório que precisava ser injetada (apertando um botão que havia no painel...) não era suficiente.... E quando a temperatura era muito baixa? Você gastava toda a gasolina do reservatório, "batia...batia" na chave e o carro não pegava..."Arriava" a bateria e não dava certo. Era de sentar no meio-fio e chorar mais do que polaco traído...
    Tanto o 147 quanto o Oggi eram assim. Uma época em que a tecnologia do carro a álcool ainda gatinhava...Tem mais: Quando o carro ligava (aêêêê!!!) você tinha de deixar o "afogador" puxado pra manter a aceleração em alta para o bólido  não morrer....Depois de esquentar uns 10 minutos, a máquina andava. Mas saía, ainda, se arrastando, "tossindo", aquele cheirão de álcool. E "rateando"...Parecia um gato engasgado... No final, você aprendia a ser um pouco mecânico.
    Mas a gente sabia "enganar" a tecnologia incipiente naquela era do gelo: Quando ia abastecer, pedia para o frentista fazer um "rabo de galo". Ele colocava, por exemplo, 7 reais de álcool (era esse o combustível original) e mais 3 reais de gasolina. Tudo já misturado no tanque. Mecânicos diziam que poderia estragar o motor. Pra mim, nunca estragou. E o carro funcionava mais facilmente. Ou... com menos sofrimento....