O Brasil é o único país que se tem notícia onde capitão manda mais que general. Aliás, que generais! Aqui em terra brasílis, o vice-presidente é o general Hamilton Mourão (PRTB). Quem manda nele é o capitão reformado Messias (sem partido). Isso não impede que Mourão arregace as mangas do uniforme verde oliva e parta para a "campanha" presidencial, num (eventual) impeachment do comandante da tropa.
E com a benção da Globo. Que, como diria a minha avó, "não dá ponto sem nó". Na emissora do Jardim Botânico, nenhum editorial, nenhuma cara feia ou de choro são "de graça". Poisintão. Me informam os sites de notícias, que teve até chamada no JN da entrevista que o vice-presidente daria na noite dessa terça-feira à Globo News. De olho numa possível saída do Messias (via afastamento...) a emissora platinada já prepara o terreno para o general empunhar a "espada de Dâmocles" (no caso, de Jair...).
O vice, óbvio, não se faz de rogado e fala à TV. Principal afirmação: Que faltou estratégia para o governo enfrentar a pandemia. Partindo de um militar, dizer que faltou estratégia ao comandante é grave...
Não sei se ele entrou num assunto também delicado no Palácio do Planalto: Mourão vem reclamando que não é convidado para as reuniões ministeriais. Acha isso difícil de entender por ocupar um cargo tão importante na República. Também seria difícil de entender se o entrevistador não perguntou sobre isso...
Fato é que o impedimento do Messias já é comentário nacional. O escritor Marcelo Rubens Paiva, por exemplo, afirmou que "Mourão já está em campanha". E que "só falta a Câmara para o impeachment entrar na pauta." O mais complicado, meu caro Marcelo, é convencer o presidente da Câmara, Arthur Lira, disso. Talvez seja mais fácil um bolsomínion aceitar que a Terra não é plana...
