quarta-feira, 16 de março de 2022

"O BOMBARDEIO": CRIANÇAS NA LINHA DE FOGO

  


      Em 1945, último ano da segunda guerra mundial, a Força Aérea Real inglesa recebeu uma missão fora do comum, fora do "teatro da guerra", onde estava acostumada a atuar: bombardear, em Copenhague, Dinamarca, a sede da Gestapo, a polícia secreta da Alemanha nazista. 
    Só que a ação acabou numa grande tragédia: Por engano os bombardeios atingiram uma escola francesa da cidade. Resultado: 120 mortos sendo 86 crianças. Os fatos são reais.
    O filme "O Bombardeio" (Netflix, 2022) conta esta história. O cinema (principalmente o americano) já retratou vários acontecimentos da segunda grande guerra. Mas, normalmente, eventos que se passaram na Itália, Alemanha, França ou Inglaterra. Fora desse "eixo" é mais difícil produzirem algum filme. E ainda mais quando não é algum grande feito americano ou inglês.
    Talvez por ter sido roteirizado e dirigido por um dinamarquês, Ole Bornedal, a produção tenha saído do papel. Aqui, os ingleses não são os "mocinhos". Pelo contrário.
    Ao ver esse filme, é impossível não lembrar da invasão russa na Ucrânia e o ataque a uma maternidade "por engano", mesmo os russos tendo "garantido" que no local não funcionava mais a maternidade...
    O diretor "não alivia" e procura mostrar o que teria sido o sofrimento real da população civil de Copenhague. O foco está sempre nas crianças. Seja pelo tratamento que recebem dos pais, seja pelo bombardeio que sofrem.
    Todas vitimas de uma guerra para a qual nunca tiveram a opção de dizer não.
    Uma curiosidade: a atriz Fanny Bornedal (que faz a freira irmã Teresa) é filha do diretor Ole Bornedal.