É comum no esporte dizer que uma derrota é uma "tragédia". Tragédia de um clube, de uma seleção, de uma torcida. Termo muito forte para definir o resultado de uma competição. Tragédia, mesmo, acontece na vida das pessoas quando acontecimentos limitam ou findam uma existência.
O esporte paranaense, parentes, amigos e admiradores sofreram, realmente, uma tragédia nesse fim de semana. Ninguém está sofrendo mais do que a Ana, o Lucas, o João e o Pedro. Mulher e filhos do jornalista Gil Rocha (o Gilberto Rocha Manoel) que morreu na madrugada desse sábado, primeiro de julho.
Segundo o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná, Gil morreu, aos 63 anos, num hospital em Curitiba, ao fazer uma angioplastia. Ele teve uma parada cardíaca. Bicho do Paraná de Siqueira Campos, torcedor assumido do Londrina Esporte Clube, o Tubarão, "virou" Piá Curitibano ao trocar a afiliada da RPC em Londrina pela matriz em Curitiba ainda nos anos 80.
Jornalista diplomado pela Universidade Estadual de Londrina, o primeiro trabalho foi em rádio (sua grande paixão profissional). Na Paiquerê, de Londrina, começou como rádio-escuta e chegou a cobrir Copas do Mundo. No Campeonato Brasileiro, estava na final em que o Coritiba foi campeão em 1985. Também acompanhou o título nacional do Athletico em 2001.
Junto com o colega e amigo, que era como um irmão dele, Paulo Rosa, criou, no Globo Esporte, o quadro "Piores Momentos". Algo como as "videocassetadas" do futebol. Gil e Paulinho deram um destaque nacional para esse quadro.
Ainda na RPC, Gil foi chefe de reportagem, apresentador do Globo Esporte, comentarista, apresentador e comentarista do bloco de futebol do Bom Dia Paraná.
Também passou pela rádio Banda B, de Curitiba, e pela CNT TV também da capital paranaense.
Gil Rocha terminou a carreira no rádio, onde tudo começou: Em 2021, a convite do amigo Amarildo Lopes (companheiro de inúmeras jornadas ainda no estádio do Café em Londrina), assumiu a direção de Jornalismo da CBN Curitiba.
Entre tantas jornadas, a maior delas (a jornada da vida) Gil conseguiu concluir. Vai deixar saudades para todos os que conviveram com ele. Claro, saudade muito maior para a Ana, o Lucas, o João e o Pedro.
E fica a lembrança, para sempre, daquela frase que a gente ouvia quando ele ligava:
"Oi, tudo bem? É o Gil..."