Agora entendo porque já no primeiro dia, no primeiro jogo do primeiro Mundial de Clubes da FIFA, nesse 2025, narradores e comentaristas faziam afirmações do tipo "Essa competição veio para ficar..." .... "é um sucesso de organização..." ...."um torneio democrático que reúne clubes muito fortes, os maiores do mundo, e outros nem tanto...". Tanta bajulação não era de graça. Aliás, custou bem caro.
É a chamada "lei do silêncio" para críticas. Você que comprou (pagou caro!) pra transmitir os 63 jogos em cerca de um mês, precisa seguir algumas regrinhas ao abrir a boca (também conhecidas como censura). O jornalista investigativo Lúcio Castro publicou no ICL Notícias os 7 pontos determinados pela FIFA para a mídia. O que é proibido:
– Falar mal do evento da FIFA ou da DAZN durante narrações, intervalos, comentários ou outras intervenções.
– Depreciar estádios onde os jogos serão realizados.
– Fazer citações comerciais de qualquer natureza sobre os patrocinadores oficiais: Coca-Cola, Visa, Bank of América, Anheheuser-Bush InBev e Hisense.
– Repassar informações do contrato para terceiros.
– As citações comerciais permitidas serão devidamente enviadas aos narradores.
– Não interromper a transmissão ao vivo de qualquer partida para comercial, exceto no intervalo.
– É proibido em qualquer momento durante ou após a competição divulgar ou comunicar qualquer informação do contrato.
Por falar em caro, a FIFA está faturando muito. A empresa DAZN é, digamos, o "franqueador master" do Mundial. Segundo Castro, pagou por ele 1 bilhão (isso mesmo, BILHÃO) de dólares e repassa (vende) os direitos de transmissão pra quem quiser (puder pagar).
No Brasil, quem entrou na divisão do bolo foram: Grupo Globo (TV, Sportv Globoplay), CazéTV (em sociedade com a Live Mode, empresa que produz e distribui conteúdos esportivos). Emissoras de rádio também entraram no pacote.
Não é à toa que o esporte deixou de ser tratado como jornalismo e passou a ser considerado "entretenimento" pela maioria das emissoras de televisão. Bora Pensar! Não é coincidência as TVs terem, cada vez mais, ex-boleiros como "comentaristas". O sujeito não precisa ter espírito crítico, não precisa raciocinar. Basta dizer quem joga bem e quem joga mal. Muitas vezes "comentando" o óbvio, de forma inofensiva.