Há uma forte batalha cultural nas representações do Carnaval Carioca, que é a grande luta de classes, a grande batalha cultural dos nossos tempos e da nossa nação. Na teoria política o Rio de Janeiro foi o principal "swing state", junto com o Centro-Sul de Minas Gerais, a mudar o voto e oferecer a vitória da tropa de Jair, com a extrema-direita nas eleições de 2018. A educação e cultura resistem. Tuiuti com a alegórica representação do bode nordestino, suas vibrações, desgraças e golpes, com a faixa arrancada por politiqueiros. A clássica Mangueira com a História sangrenta de índios, negros, mulheres e pobres, com Hilde Angel e a ditadura assassina, contrastando com a Vila Isabel, a história oficial e colonial de Petrópolis Imperial, saindo atrasada e mesmo assim também contando a história de Marielle no final. Nós só mudaremos e formaremos uma grande nação quando dois silêncios majoritários se quebrarem, encontrarem, enfrentarem e se transformarem. O da mulher negra, descendente de escravas, pobre e periférica, com o homem branco, descendente de senhores, rico e dominante. Desses lugares de fala, classe, posição, lado e partido saiu e sairá o destino do Brasil, na modernidade e no mundo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.