segunda-feira, 27 de maio de 2019

JOSÉ OREIRO: "GUEDES É UM JOGADOR DE POKER"

    Como tirar o Brasil do buraco econômico? Acabar com o desemprego? Incentivar a produtividade da Indústria? E a reforma da Previdência? Vai, realmente, recuperar a economia? Em entrevista ao jornal espanhol "El País", o economista  José Luis Oreiro. Professor da Universidade de Brasília, afirma que o governo quis criar um "pânico" na população com a máxima: "Ou aprova a reforma, ou o Brasil vai quebrar".
    Veja alguns trechos:
     "Quando o desemprego aumenta muito, mesmo aquelas pessoas que continuam no mercado de trabalho na recessão, ficam com medo de perder o emprego e reduzem o consumo e aumentam sua poupança. Ao aumentar a poupança cai a taxa de juros neutra. Embora o BC tenha reduzido a taxa de juros todo ano de 2017, chegado ao patamar de 6,5%, o que as estimativas mostram é que essa redução foi insuficiente porque foi seguida pela redução da taxa de juros neutra. O efeito de estímulo da política monetária acabou sendo muito pequeno."
     "Quando a economia está em recessão, o Governo não tem que cortar o investimento, isso só piora as coisas. Dessa forma, ele reduz ainda mais o nível de atividade, a arrecadação de impostos cai, o que acaba piorando o déficit das contas públicas."
    "A reforma da Previdência é necessária para evitar uma catástrofe daqui a dez, quinze anos, não é para resolver o problema agora. [...] A reforma está mal encaminhada, não faz nenhum sentido introduzir um regime de capitalizaçãoDevido aos custos de transição, ele só pioraria as contas do Governo.Todo mundo sabe disso, menos o Paulo Guedes. Ele não tem nenhum dado objetivo que ampare essa proposta de capitalização, é uma irresponsabilidade, mas que pelo visto o Congresso já percebeu e não deverá aprovar esse tema."
    "Paulo Guedes é jogador de poker. Ele trucou, fez essa estratégia arriscada [de aprovar a proposta de reforma do jeito dele] , que não vingou, mas que se funcionasse ele conseguiria aprovar a reforma dos sonhos deles. Mas não funcionou porque a sociedade brasileira está querendo discutir os detalhes da reforma. Está cada vez mais claro que há aspectos problemáticos, o Congresso tem consciência disso e vai mudar."


    

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