"O cruzadismo moralista contraditório de Bolsonaro, que segue incólume mesmo após as verdades inconvenientes de seu indemissível ministro do Turismo e de seu filho senador, que fora abatido pelo “Queirozgate”, lembram um outro político autoritário e narcisista, que se achava enviado por deus para refundar Roma: Nero, que governou o Império entre 54 a 68 d.C. [...]
Nero, apesar de sua degradação moral que deprimiu o Império após um período de esplendor, acusava os judeus e as instituições romanas pelo clima de pessimismo generalizado que cercava Roma. Perseguiu e matou artistas e intelectuais célebres como Sêneca, um dos mais célebres advogados, escritores e intelectuais do Império. [...]
Dizem que Nero ficou cantando e tocando lira enquanto a cidade era consumida pelas chamas. O “Imperador louco” culpou os cristãos, que se recusavam a venerá-lo como uma divindade, pelo episódio e ordenou sua perseguição. Os capturou e lançou às centenas no Coliseu, para serem devorados pelas feras, mas nem esse espetáculo acalmou as massas. [...]
O Brasil só reencontrará a estabilidade política e econômica quando encontrar um líder que desfaça os muros erguidos entre os mais de 200 milhões de brasileiros. A BolsoNero, advirto que, após o fim do trágico e conturbado governo do Imperador louco, os romanos decretaram uma lei que impedia até mesmo a citação de seu nome em público."
Randolfe Rodrigues, senador (Rede/AP), professor de história e mestre em políticas públicas. Esses são trechos de um artigo dele para o "Poder 360"
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