segunda-feira, 24 de junho de 2019

EDGAR MORIN, 97 ANOS, FILÓSOFO: "VIVEMOS UM MOMENTO OBSCURO DA HISTÓRIA...MAS ESSES PERÍODOS NÃO SÃO ETERNOS!"

    Aos 97 anos, o filósofo francês, Edgar Morin, veio ao Brasil fazer uma conferência em São Paulo. Em entrevista à "Folha de S. Paulo", fez várias afirmações com a autoridade de quem é testemunha ocular de boa parte dos fatos do século passado e das primeiras duas décadas desse.
    Morin disse que "vivemos uma crise do pensamento.[...] Essa crise se manifesta no vazio total do pensamento político, ainda que, há coisa de um século, houvesse pensadores políticos que, mesmo quando se equivocavam, tentavam compreender o mundo, como Karl Marx e Tocqueville".
    Para o filósofo, há um grande desafio para o ensino:"Não ensinamos a compreensão do outro, que é fundamental nos nossos dias, não ensinamos a incerteza, o que é o ser humano, como se nossa identidade humana não fosse de nenhum interesse".
    Sobre a crise da democracia: "A crise da democracia é o controle do poder político pelo poder financeiro, que é cego, que vê só os interesses imediato não tem consciência do destino da humanidade e foi  num momento de crise econômica enorme que provocou a chegada de Hitler ao poder por vias democráticas".
    Morin afirma que "vivemos num período obscuro da história, a única consolação é que esses períodos obscuros não são eternos". O filósofo que está prestes a completar 98 anos também falou sobre o papel da imprensa:
    "Se quisermos informar o mundo, precisamos de pluralidade de fontes de informação e pluralidade de opiniões. Precisamos de uma imprensa diversa, com opiniões diversas, para que possamos fazer escolhas. Quando a imprensa perde sua diversidade, quando ela é controlada pela força do dinheiro, há uma diminuição do conhecimento e da informação".



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