terça-feira, 30 de julho de 2019

NAVALHA NA CARNE: A MAIS NOVA BARBEIRAGEM DE BOLSONARO

    Cruel, nefasto, sombrio, tenebroso, lúgubre, sinistro, desalmado, facínora, maligno, maléfico. A lista de "adjetivos" é longa... você pode escolher um pra "classificar" a pessoa que diz conhecer o "destino" do pai de alguém, desaparecido na época da ditadura.
    E fala isso não para informar, pra ser solidário, pra esclarecer o filho que nunca soube, ao certo, como o pai desapareceu e foi morto. Fala de uma maneira irônica, debochada, com a maior crueldade possível: "Um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, eu conto pra ele. Ele não vai querer ouvir a verdade".
    Isso foi dito não por um militante qualquer de extrema-direita, nem por um militar torturador do regime militar. São palavras do presidente da República que deveria manter a compostura, respeitar a liturgia do cargo. Só pra ficar claro: Fernando Santa Cruz (1948-1974) era estudante e militante de esquerda. Ele "desapareceu" na época da ditadura dos militares. O Estado nunca esclareceu o sumiço dele. É sobre ele que Bolsonaro falou. 
    Santa Cruz é pai do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Felipe Santa Cruz. Em entrevista à BBC News Brasil, o presidente da OAB afirmou que Bolsonaro pode ter cometido crime, se tiver dado uma declaração falsa sobre o assunto. No Brasil, fazer apologia à tortura é crime, de acordo com o código penal.
    Felipe Santa Cruz disse, ainda, que vai ao Supremo para que o presidente da República esclareça o que sabe sobre o desaparecimento do pai dele.
    A lista de impropérios cometidos por Jair é extensa e histórica. Exemplos: A misoginia contra a deputada Maria do Rosário (PT-RS); a declaração contra a presidente afastada Dilma Rousseff (PT), na votação do impeachment dela ("pela memória do coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o pavor de Dilma Rousseff". Ustra é o primeiro militar reconhecido pela justiça brasileira como torturador. Nesse voto, Bolsonaro teria feito "apologia de crime", segundo a OAB); Jair chamou os governadores do nordeste de "paraíbas"; ofendeu a jornalista Miriam Leitão ao afirmar que ela mentiu quando disse que foi torturada e abusada na ditadura militar; disse que a pergunta de uma repórter da "Folha" era "idiota"...
    Ou seja, abre a boca ou pra falar besteira ou pra ofender. Isso quando não é tudo ao mesmo tempo. O mais comum. Seu "passatempo" predileto é ficar "afiando a navalha" pra agredir quem "ousar" passar na frente dele...












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