sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

EU PERDI 1 HORA E 55 MINUTOS ASSISTINDO "A ÚLTIMA COISA QUE ELE QUERIA". NÃO PERCA, VOCÊ, SEU TEMPO!

 

     Fazer filme sobre jornalista não é fácil. O jornalismo envolve muito mais coisas do que simplesmente "a técnica" da profissão. Não é como falar de médico (que é ir lá e operar). De engenheiro (que constrói bem - ou mal, dependendo da trama - um prédio). De astronauta (que vai lá e pilota a Apolo 11). Criar um roteiro sobre homens e mulheres de imprensa envolve mais do que comportamento. É preciso falar de história, de política, de esportes, de artes, de geografia, de atualidade. Ou seja, se "errar a mão" um pouquinho, o bolo desanda.
    Mas temos ótimos filmes sobre jornalismo. Apenas 3 exemplos: "A Montanha dos 7 Abutres" (com o já saudoso Kirk Douglas) que lá nos anos 50 já falava sobre jornalistas sensacionalistas. "Todos os Homens do Presidente" (com a dupla impecável Dustin Hoffman e Robert Redford dando "um banho" de interpretação sobre a história do escândalo de Watergate). Ainda: "A Síndrome da China" ( com as lendas Jane Fonda, Michael Douglas e Jack Lemon contando a história de um acidente numa usina nuclear...). 
    Posintão: Clássicos do gênero não faltam. Mas, às vezes, você dá de cara com alguma produção que derrapa feio nessa estrada. É o caso de "A Última Coisa Que Ele Queria". Está na Netflix. Mas nem perca seu tempo. É um filme com roteiro confuso, mal dirigido, com uma história inverossímil. Já perdi o meu pra contar o que se passa: Anne Hathaway (quem não lembra dela em "O Diabo Veste Prada"?) é uma jornalista consagrada, investigativa, que troca esse mundo das reportagens sensacionais pra ir se meter numa negociação ilegal de armas na América Central. Ela foi, literalmente, em nome do pai (Willem Dafoe), pra tratar de uma entrega que ele não poderia fazer. Aí deu aquele "click" na cabecinha dela pra contar isso numa reportagem. E tem o Ben Affleck, que faz o canastrão, representante do governo americano. De tão mauricinho que ele está no filme, Ben parece mais o...Ken , da Barbie...
    Difícil imaginar como 2 ganhadores do Oscar (Anne e Ben) e um 4 vezes indicado ao prêmio (Dafoe) tenham entrado nessa barca furada. E pensar ainda que a diretora do longa, Dee Rees, pediu para Anne Hathaway engordar 9 quilos para o filme! Nada no roteiro justifica esse "processo de engorda". E não tem nada a ver com alguma mensagem sobre a aceitação de obesos na sociedade.
    Uma frase de Anne no filme (quando ela está em meio ao fogo cruzado na América Central, com confusões que não acabam mais) poderia, também, explicar a situação dela na produção. Lá pelas tantas, cansada, ela diz: "O que é que eu estou fazendo aqui?". Boa pergunta!
    De minha parte, tenho a dizer que se eu soubesse que o filme é essa bomba, "a última coisa que eu queria" seria assistir ao filme!

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