quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

NO JORNALISMO TAMBÉM TEM DISSO: A "ARTE DE DAR O COICE" E, DEPOIS, TENTAR "ESCONDER A PATA"

    Querido(a) amiga(a) navegante das ondas turbulentas da internet...O que é a rede social e a vida... Há não muito tempo, falava-se o que queria...xingava-se o que (e quem...) queria. E ficava por isso mesmo. Não havia essa "fiscalização cibernética". Hoje, tudo o que se diga (ou que se faça) é acompanhado por muita gente.
    Temos dois exemplos recentes. E os dois têm uma coisa em comum: Os "agressores" foram jornalistas experientes (velhos, mesmo, pra ser mais claro...) e as vítimas, duas mulheres. O primeiro, que trocou o jornalismo pelo entretenimento (onde se pode ter um rendimento maior e fazer propaganda que dão uma grana legal...) disse que sofreu "linchamento virtual" depois de criticar o documentário brasileiro que concorreu ao Oscar. 
    É claro que, ao criticar o filme, da maneira como criticou a obra e do jeito que ofendeu a diretora, sabia das consequências que poderia sofrer. Como sofreu: Bascularam uma caçamba de comentários em cima do comportamento dele. Não teve "estofo" pra aguentar. Pediu arrego. Acenou a bandeira e pediu paz. Chegou a dizer que torcia (hein?!) para a produção vencer o Oscar. Só faltou cantar "piscininha amor". 
    No caso do outro "velho homem de imprensa", ele deu um coice (daqueles de "sem pulo", como se diz no futebol) numa repórter. Ela é muito bem informada. Mas do que o sujeito arrogante que a tratou mal. 
    Nos dois casos havia um componente que provoca ainda mais ebulição: as agredidas eram mulheres. Bem ou mal, com todos os seus defeitos (e não são poucos!) a rede social passou a ser um canal de defesa das mulheres que tanto sofrem: assédio moral, assédio sexual, humilhações, salários menores do que recebem seus colegas homens, machismo, misoginia...
    Nas duas situações, os sujeitos só se "desculparam" porque sentiram "a água bater no queixo" ou "a chapa esquentar" pro lado deles na internet. Outro fator que pesa: Dependendo do que for dito, o caboclo perde prestígio, perde espaço, pode até perder o emprego. Quer dizer: perde grana, em alguns casos, muita grana. 
    Veio a "desculpa", ok. Mas, muitas vezes, pode ser mais por medo de ver o bolso esvaziar do que por "convicção". E não tenha a menor dúvida de que "isso ficaria por isso mesmo", caso as mulheres não tivessem a força que têm, hoje, nas redes sociais. 
    Fez um "mea culpa", disse que estava errado e...bola pra frente. Se "errar, todos erram", resta saber qual será o comportamento desses dois cidadãos daqui por diante.
    Farão críticas, mas de forma educada? Respeitarão mais as mulheres... e todos os seres humanos, de uma forma em geral?
    Há uma "lenda" de que quem trabalha com comunicação é "mais esclarecido", é "mais bem informado" que boa parte da população. Está na hora de esses celerados mostrarem isso.


COMO ALGUNS "JORNALISTAS" SE RELACIONAM COM COLEGAS...COMO FAZEM "CRÍTICAS"...