segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

QUANDO VOCÊ TEM UM IRMÃO QUE ESTAVA NA CHINA SITIADA PELO CORONAVÍRUS (4)

 

 Meu irmão, minha cunhada e minha sobrinha, ficaram 15 dias na China. Bem nesse período do surgimento do coronavírus, no começo de janeiro. Segue mais um relato feito por ele na rede social. Agora ele fala sobre a alimentação dos chineses.
    É a série "A CHINA QUE EU VI" - Episódio 4

     A comida é diferente, mas não muito. Na verdade, comi muito bem lá. Não comi cachorro (e nas cidades de estive não vi nenhum lugar que vendesse carne de cachorro), nem insetos. Sim, eu vi espetinhos de escorpião, aranhas, salamandras, mas como comida de rua e bastante raramente. Em um supermercado vi um container cheio de pupas de inseto (possivelmente um besouro grande, pelo tamanho e forma). Parece ser algo que algumas pessoas de algumas regiões comem, mas não é comum em Pequim ou Xangai. Ou assim me pareceu. A China é um continente com dezenas de etnias com seus costumes e culturas. 
    Eles comem muitas verduras e legumes e menos carne do que nós. A comida me pareceu muito saudável. Os chineses em geral são magros, mas não de fome e sim tem corpos bem proporcionados. Minha sobrinha me disse que a alimentação é super saudável e que o governo faz as pessoas fazerem atividades físicas a vida toda, o que eu acho bom (mas não faço). Comi tanto em restaurantes baratos como em lugares mais arrumados. Mas mesmo nos lugares mais chiques, uma refeição para seis pessoas não passava de 150 reais, em média. Nos restaurantes com cardápios bonitos, bem arrumados, com lindas fotos da comida e legendas em mandarim e inglês (e algumas traduções para o inglês eram hilárias) você encontra alguns exotismos do nosso ponto de vista, como sapo cozido com batatas (na foto não tinha o sapo inteiro, eram pedaços de carne que lembravam peito de frango), língua de pato, pés de pato arrumados em uma pilha bem bonita, sangue de pato coagulado, pés de galinha cozidos, intestino de porco, ensopado de cabeça de peixes, pombo assado (e foi aí que eu entendi porque não vi pombos nas cidades chinesas: eles estavam nas cozinhas). Durante muito tempo a China foi um país muito pobre e por isso esta culinária para mim reflete a necessidade de se aproveitar toda a comida. 
    No Brasil comemos vísceras de gado (fígado, rim, miolo), coração de frango, sangue de galinha (galinha à cabidela), buchada de bode, pescoço e pés de galinha, rãs. Não comi nada disso. Comi muita carne de porco, gado, galinha, com macarrão (eles têm dezenas de tipos diferentes, um melhor que o outro) ou um arroz super bom (melhor arroz da vida). No passeio frustrado à cidade proibida comemos em um restaurante bem pequeno, no qual mal cabiam três mesas e a cozinha era na mesma sala. Ele me serviu um macarrão à Pequim, com molho de soja fermentado e legumes que foi excelente. Também comemos o Pato à Pequim. Detesto carne de pato (uma das paixões dos pequinenses) mas aquela comi com prazer. No dia da volta provei uma sopa de pepino do mar que era uma delicia. Come-se bem e paga-se barato.
    

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.