terça-feira, 24 de março de 2020

CORONAVÍRUS: "CHAPEIRO DE LUXO" E "VENDEDOR DE RECLAMES" MOSTRAM PRECONCEITO CONTRA IDOSOS

    Um é um "chapeiro de luxo", que vende x-salada a 35 reais  (o "sanduba gourmetizado") e é sócio de um cabra que tenta passar a imagem (falsa) de "família margarina"... o outro, um publicitário  ("vendedor de reclames") que vende ilusão, uma vida que não existe para o cidadão comum... além disso, é dublê de apresentador de TV (acha que é "artista") cidadão "de bem", que "chegou lá"... Ambos brancos, olhos claros, ricos.
    Apesar de atuarem em ramos completamente diferentes, têm o mesmo perfil: O típico capitalista brasileiro, que quer explorar o empregado pobre e explorar o consumidor incauto que paga caro pela "fantasia" de consumir determinado produto. O negócio deles é única e exclusivamente o lucro.
    Nos últimos dias fizeram declarações infelizes, preconceituosas: O primeiro, o chapeiro, disse que "a economia não pode parar só porque vão morrer umas 5 ou 7 mil pessoas". O segundo, disse que o maior perigo para o país é uma recessão profunda, caso o mercado pare por causa "da morte de uns velhinhos aí..."
    Declarações que causam enjoo (tanto do chapeiro, quanto do propagandista...), me lembraram duas situações que envolvem os mais velhos (alvos do desprezo dos dois) tanto na natureza quanto no comportamento humano.
    Primeiro, na natureza: Os elefantes quando atingem a idade da morte (pra eles, 60 anos...), não têm mais vitalidade para acompanhar a manada e acabam ficando para trás. O mesmo não acontece com os animais mais jovens que, se estiverem feridos, são amparados pelos companheiros que interrompem a caminhada. Como já explicou o zoólogo Sérgio Rangel Pinheiro, "Muitas vezes o elefante idoso acaba por se juntar a outros na mesma situação, formando bandos que praticamente não se movem. Eles ficam lá, no mesmo lugar, até morrer".
    Segundo, no caso do comportamento humano (em sua relação com os animais) existe a expressão "boi de piranha": Criadores de gado, em travessia com o rebanho por um rio infestado de piranhas, abateriam um ou dois bois já velhos/doentes, jogando o corpo do bicho sangrando na água. Isso atrairia os peixes carnívoros, enquanto a peãozada cruzaria o rio com o restante do rebanho.
    Conclusão: O chapeiro de luxo e o "vendedor de reclames"  seguem o mesmo princípio... "Se for preciso, que morram  velhos pelo bem do mercado de consumo."
    Já que "dessa vida  nada se leva"...e em nome do espírito do capitalismo, amém!

(imagem: Consciência Alternativa)