Segundo levantamento da agência ANSA, no começo de abril, a província de Milão era a mais atingida pela pandemia na Itália em números absolutos. Com "fila" de corpos para enterrar, a prefeitura determinou o fechamento do crematório até 30 de abril.
Em Curitiba, a prefeitura afirmou que vai determinar "regras" para a abertura do comércio e tornar obrigatório o uso de máscaras. O comportamento do prefeito, Rafael Greca, tem sido meio "bipolar" nesse assunto: Diz que nunca determinou o fechamento de lojas, mas sempre recomendou que as pessoas ficassem em casa. Impressão que dá é que ele não quer contrariar os empresários, mas também não quer ficar mal com o povão em ano eleitoral.
Médicos - que são os especialistas no assunto - são unânimes em afirmar: Ainda é cedo para afrouxar o isolamento na cidade. Também garantem que só o distanciamento social e as medidas de higiene de cada um, evitam o contágio.
De que adianta a Prefeitura "bascular" regras em cima da população, se na prática, a coisa não funciona assim? Dizer que o cidadão tem de andar de máscara, que em comércios as pessoas devem evitar aglomerações, que só podem ficar tantas pessoas por metro quadrado, é tudo muito legal no papel. E nas ruas e nas lojas? Quem vai fiscalizar isso? O poder público vai ter um "exército de fiscais" pra ficar em cuidado das pessoas? É preciso ter um "espírito bem grande de Poliana", pra acreditar que o povo vai seguir a cartilha direitinho...
Se o prefeito ainda não está convencido do perigo do "laissez-faire", vamos lembrar de outra cidade importante. Considerada a "capital do mundo": Nova York. No comecinho de março, o governador de Nova York, (com a arrogância típica de muitos americanos) garantiu que a cidade possuía "o melhor sistema de saúde do planeta" e "profetizava":
"Não achamos que a situação aqui possa ser tão ruim quanto em outros países!"
Pois bem: o número de mortos na "big apple" já passa de dez mil...
Esses devem ser argumentos mais do que suficientes para Greca não tratar o coronavírus apenas como uma "tranqueira". Rezar, ouvir o padre, pode ser muito bom. Mas é muito, muito importante, ouvir os cientistas, as autoridades mundiais de saúde.
RAFAEL GRECA, PREFEITO DE CURITIBA
GIUSEPPE SALA, PREFEITO DE MILÃO
ANDREW CUOMO, GOVERNADOR DE NOVA YORK
