sexta-feira, 17 de abril de 2020

PARANÁ: AULA À DISTÂNCIA NA TELEVISÃO ESTÁ MAIS PARA FICÇÃO CIENTÍFICA


Esse é o aparelho, ainda valvulado, de uma mãe de aluno, que afirma: "Como vou comprar uma TV nova digital se, em alguns dias, tenho de escolher entre almoçar ou jantar?"

     De boas intenções, o RNA do coronavírus está cheio.... portanto, vamos partir do princípio, também, de que o projeto de Educação à Distância do governo do Paraná, está "contaminado" de intenções positivas....
    O programa surgiu na necessidade de "dar aulas" aos estudantes afastados das escolas por causa da covid-19. Mas... vamos "sapecar", logo de cara, a reclamação de uma professora: "O professor não tem acesso às aulas, atividades, trabalhos do aplicativo. Professores, pais e alunos perdidos...O tempo todo dizem para esses cobaias terem paciência, que estão organizando!"
    A intenção do estado, com o Ead, é nobre. No discurso é bem bacana:
    "O objetivo é que os mais de 1 milhão de alunos da rede estadual tenham seu processo de ensino e aprendizagem mantido enquanto perdurar a crise do coronavírus no país". Mas, de acordo com os mestres, o sistema foi lançado "aos trancos", no começo de abril, para dar continuidade ao ano letivo. Com tantas críticas, o governo Ratinho Jr decidiu "trocar o pneu com o carro andando", e anunciou que as aulas vão ter, também, tradução simultânea em libras.
    Ao vender a ideia de que "1 milhão de alunos" terão esse tipo de aulas, fica bem claro que Ratinho Jr vive dentro de uma bolha. Desconhece a realidade econômica do estado. Muitas famílias paranaenses, de estudantes de escolas públicas,  não têm acesso à internet, a um aparelho de televisão digital ou a um conversor para "digitalizar" a TV. Mesmo o acesso ao YouTuve ou a um aplicativo é complicado pra boa parte da população. Esse método de aprendizagem, na Suécia, com certeza dá certo. No Paraná, não!
    O Ead parece ser uma "meia sola" que o governo tenta dar no ano letivo. Mas, a APP Sindicato, que representa os professores, é contrária: "A proposta, como vimos, não garante acesso a todos os estudantes. A interação real com os professores não existe."
    E ainda fica uma dúvida crucial: Os professores paranaenses tiveram uma formação adequada para as aulas de ensino à distância?
    O sindicato afirma que não!
    Apesar de tudo, o governo do Paraná garrante que está "respaldado na lei":
    "A alternativa desenvolvida respeita a Constituição Federal e o conceito de amplo acesso à educação. Segundo a secretaria, a proposta teve ampla aceitação por parte do Conselho Estadual de Educação (CEE), com 17 votos a favor e um contrário."