Caráter e solidariedade nunca foram pontos fortes de muitos empresários e executivos. A gente percebe isso, mais nitidamente, em épocas de crise. Mas nem sempre é preciso ter uma crise para que o mau caratismo apareça.
Já vai longe, muito longe, o tempo em que patrão não demitia em "datas importantes" paras as famílias, principalmente Natal e Páscoa. Os "gênios" da gestão passaram a afirmar que isso é "bobagem". Bobagem porque não são eles que são mandados embora...
E precisamos lembrar, aqui, dos que ficam no emprego: acabam sobrecarregados. Por exemplo: se a empresa tem alguma atividade relacionada com o período eleitoral e as demissões ocorrem entre um turno e outro da eleição, os que (ainda) estão empregados precisam fazer o trabalho deles e as atividades daqueles que saíram. A possibilidade de erro fica bem maior. Sem contar que o "substituto" do demitido pode ser incompetente para a função. Aí está feito o estrago...
A nova pesquisa do IBGE (sobre taxa de desemprego) aponta que 12,2% dos trabalhadores brasileiros estão sem um trabalho formal. É o período referente ao primeiro trimestre de 2020. Mas os técnicos afirmam que esse estudo ainda não mede a influência do coronavírus, porque a doença começou a impactar mais a economia a partir da segunda metade de março.
Falamos de caráter de patrões e de diretores de empresa principalmente por esse motivo: Não tem nada mais desumano do demitir alguém numa época como essa. Tá com dificuldade? Negocia, pega empréstimo, acerta uma redução (temporária) de salário, mas não manda embora.
Ser empresário não é só "faturar e lucrar", também tem uma responsabilidade social. Ser diretor da empresa não é só receber salário "bom" pra viajar pro exterior (quando der pra viajar...) e pra comprar carro zero. É também "brigar pela equipe" para que a companhia justamente tenha os melhores quadros para continuar ganhando dinheiro. Todos. Não só o dono e os diretores.