Lula jogou a toalha. Não porque não vai mais participar do debate político. Esse é o combustível dele. Mas porque já disse que não pretende mais concorrer. Agora quer ser cabo eleitoral. Aos 74 anos, acha que já está "muito velho" para percorrer o país e fazer "dez discursos por dia".
Hoje, 74 anos não é uma idade tão avançada assim. Se fosse eleito em 2022, assumiria o cargo com 76 anos (detalhe: Temer chegou à presidência, depois do golpe de 2016, com 75 anos). Se Lula cumprisse um mandato terminaria o governo com 80 anos. Caso fosse reeleito, sairia do Planalto com 84 anos.
Temos outros exemplos de longevidade na política: o presidente do Líbano, Michek Aoun, tem 86 anos; o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está com 73 anos e vai tentar uma reeleição; o democrata Joe Biden (ex-vice de Barak Obama e possível candidato democrata à Presidência) tem 77 anos; o presidente de Portugal, Marcelo Ribeiro de Sousa, tem 71 anos; no Uruguai, quando José "Pepe" Mujica deixou o governo estava com 80 anos.
Ou seja, a menos que o político tenha algum problema grave de saúde, idade parece não ser o problema para ele concorrer. O que ele tem de cuidar é com a "idade das ideias". Não parar no tempo. Buscar na modernidade (não no sentido "tecnológico"), mas de ideias, o melhor para o país, com pensamentos humanitários, solidários, de progresso econômico, mas principalmente social, com respeito a todos os direitos humanos, à democracia.
Isso Lula já mostrou que tem de sobra. A aprovação popular quando deixou a Presidência (87% segundo o Ibope, vou repetir: 87% de aprovação do povo...) mostra que ele colocou o país nos trilhos depois do governo liberal de FHC.
Uma coisa Lula e todos os outros político devem saber: A defesa da população (principalmente dos pobres) nunca "envelhece", "não sai de moda".
"É, mas ele já não deu o que tinha que dar pelo país?", pode perguntar você. Respondo: Fazer o bem não tem data de validade.
