sábado, 25 de julho de 2020

JUSSARA PERDEU A VIDA TENTANDO SALVAR OUTRAS NUM MUNDO EM QUE "PANDEMIA NÃO RIMA COM EMPATIA"

   

     Você acredita, realmente, que, depois que acabar a pandemia, teremos um mundo...melhor? Sinceramente: Eu não acredito! Como acreditar em "mundo melhor", quando profissionais de saúde (médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, profissionais de limpeza) morrem nos hospitais combatendo o coronavírus, e tem muita, mas muita gente, levando a gravidade da doença na brincadeira?!
    Nessa sexta-feira, 24, morreu em Curitiba, a enfermeira Jussara dos Reis, de apenas 28 anos. Local da morte: O primeiro emprego dela na enfermagem, no Hospital Vitória, em Curitiba. Jussara não tinha histórico de doença pré-existente. Era jovem e saudável. Como tantos outros profissionais da área, estava na linha de frente da guerra contra o coronavírus.
    E ela não está sozinha nessa estatística: Desde o começo da pandemia, em março, 11 profissionais e enfermagem já morreram vitimas da infecção causada pelo vírus. 
    Esse tipo de notícia deveria revoltar não só parentes, amigos, colegas de trabalho, mas todos nós. Esses 11 enfermeiros - que formavam um time contra a ameça da doença - estavam lá pra nos defender do coronavírus. 
    Mas a revolta não é ampla, não é geral. Dá pra notar pelo comportamento de várias pessoas que a gente vê quase todo dia. Essa semana, uma jovem disse que queria mais era "festar" e que veio ao mundo para "viver a vida". Preocupação com a covid-19? ZERO! 
    E situações parecidas com essa se repetem: homens e mulheres circulando sem máscara. Alguns têm a cara de pau de dizer que é um "direito" deles de andar sem máscara. Se bem que, em "cara de pau" deve ser difícil pra fixar uma máscara. Deve escorregar...
    A pandemia serviu pra deixar claro uma coisa que boa parte da população não via - ou não queria ver: A falta de empatia de uma gigantesca parcela dos 7 bilhões e 800 milhões de seres humanos que habitam nosso planeta. 
    Como acreditar num "mundo melhor" se há quem trate empregada doméstica, porteiro, segurança como seres de "segunda categoria"? Cidadãos e cidadãs (se é que dá pra chamá-los assim...) que viram a cara, na rua, muitas vezes pra não ajudar quem está precisando de um socorro?
    Que espécie animal é essa (digna de estudo!) que, alheia ao que passa no mundo, insiste em se reunir, fazer "balada" (um "social"), trancada em casas ou apartamentos?  Todo mundo, naturalmente, sem máscara, sem distanciamento social. Mas com muito álcool. E não é o em gel...
Aí, quando alguém denuncia a aglomeração, e "baixa" a polícia,  os festeiros ainda se dizem "vítimas" de truculência e de preconceito de quem "não é feliz"...
    Realmente não dá pra imaginar um mundo diferente com todo mundo vestido de branco, de mãos dadas e cantando: "Hoje é um novo dia, de um novo tempo, que começou..."
    A propósito: O nome Jussara - de origem indígena - significa "Que tem espinhos". A Jussara enfermeira passou sua curta vida tentando tirar os "espinhos" do coronavírus de outras pessoas...
    Nesse planeta, pode ter certeza, pandemia não rima com empatia.