O escândalo da Vaza Jato tem mostrado ao país o que muita gente já sabia: a atuação nada republicana do ex-juiz Dick Vigarista junto ao seu fiel escudeiro o procurador Muttley. Na "corrida maluca" pelo poder, a gente não sabe quem era mais pilantra: O Dick ou o Muttley. Apesar de fiel escudeiro de Dick, Muttley também tinha lá suas ambições pessoais, seus momentos de egoísmo, afinal, ele é um cachorro...e se o "mentor" bobeasse, pegava o o osso só pra ele...
Mas a malandragem se espalhou, também, para o jornalismo. Pra conseguir notoriedade, "ficar bem na foto" com a chefia ("se pintar uma promoção, eu não reclamo!") , ou mesmo a ambição da proximidade com o poder, de "fazer parte" daquele universo de "investigações", vários e vários jornalistas caíram em tentação. E Pai, não precisa perdoá-los porque eles sabiam bem o que faziam...
Aí foi "toque" para uma nota do MP, a "garantia" de uma notinha "exclusiva" no jornal, um livro com o "jeito de ser e de fazer" de Dick Vigarista provando que ele é muito humano ( "Gente como a Gente"... sim "Ordinary People", em inglês, língua obrigatória nessas "missões" : jornalística e investigativa) e, por que não?, um roteirinho básico de série...
Ecoou - mais de uma vez - numa Redação - a frase que soava como uma "Ordine Deo", vinda dos céus em tempestade - "Vocês ainda vão pedir desculpa por tudo isso!"
Se pediram, não sei. Se vão pedir, sei menos ainda. Mas aquela autocrítica básica deveria vir. Assim como a diarista dá aquela boa desencardida na casa a cada 15 dias (quem tem mais poder aquisitivo chama toda semana...), as Redações também precisariam passar por uma "limpeza". Não no sentido de lavar, mas de tirar as impurezas dos cérebros, corações e almas dessas pessoas que fizeram justamente o serviço "sujo"...
Era colocar essa reportarada, editoraiada e chefiarada tudo numa sala de aula e mandar reaprender do básico. Começando com ética na Comunicação. Mais: (re)lembrar como se faz uma matéria. Não pode dar 5 minutos para o Dick Vigarista e, depois, só uma notinha de 15 segundos pro acusado. Porém, "nada impede" legalmente que se faça assim. Mas aí precisa ter a honestidade e a dignidade de afirmar que decidiu "tomar lado" na história. Tentar passar a imagem de "imparcialidade" é de um canalhismo sem fim.
Outra aula: Jornalista não precisa ser imparcial. Precisa ser honesto. Repito, pra gravar bem: Jornalista não precisa ser imparcial. Precisa ser honesto.
Você não pode ser "imparcial" com o fascismo.
Na definição de reciclagem, temos: "Processo para aprimorar propriedades e melhorar rendimentos".
Mas, lembremos: Nem sempre é possível reciclar tudo. Infelizmente, às vezes, não há salvação. Só resta o descarte.