Eva Wilma Riefle Buckup Zarattini estava com 87 anos e morreu nesse sábado, em São Paulo, vítima de câncer no ovário. Ela estava internada desde o dia 15 de abril.
A carreira artística começou cedo. Na adolescência, teve aulas de canto, balé clássico e piano com Inesita Barroso. Na década de 50 começou a trabalhar no teatro. No cinema, naquela época, fez dois filmes com o ator Procópio Ferreira, pai de Bibi.
Na televisão, estreou na TV Tupi em 1953 na série "Namorados de São Paulo" (que passou a se chamar, depois, "Alô, Doçura"). Ao todo, na televisão fez 62 trabalhos. O último foi em "O Tempo Não Para" (2018-2019). Ainda na Tupi fez 9 teleteatros com algumas peças de Shakespeare.
No teatro, de 1952 a 2018, fez 61 peças. No cinema foram 30 produções.
Entre premiações e homenagens, foram 94 troféus ao longo de 70 anos de carreira.
Eva Wilma, filha de um metalúrgico alemão que veio para o Brasil em 1929 e de uma argentina de ascendência russa, sempre teve interesse pela política e direitos humanos. Em 1968, participou da "Passeata dos 100 Mil" contra censura e a ditadura militar.
Foi casada com dois atores: John Herbert (com quem teve uma filha e um filho; e com Carlos Zara. Com ele não teve filhos.
Duas frases de Eva Wilma:
"Confesso que essas fisionomias excessivamente plastificadas, cheinhas de botox na TV me incomodam."
"Hoje em dia, com a democracia, todo mundo é livre para escolher o que quer e se manifestar como quer, mas quem é ator deve saber sempre que a popularidade traz responsabilidade."
E Eva quase fez um filme de...Alfred Hichcock. Chegou a fazer testes para "Topázio" (1969) e discutiu com o diretor. Ela contou essa história numa entrevista em 2018.
Veja:
(fonte: MIS/ YouTube)
Na "Passeata dos 100 Mil" ao lado de Tônia Carrero, Odete Lara, Norma Bengell e Cacilda Becker.