Critiquem, acusem, digam o que quiserem (tem gente que faz isso com provas ou sem provas...), mas o senador Renan Calheiros (MDB-AL) "dá o tom", "dita o ritmo" dos depoimentos na CPI do Genocídio. Às vezes pergunta o óbvio tipo "O que o senhor acha de tal coisa...". Em vez de confrontar a pessoa com os fatos, acaba buscando uma opinião. Será que ele tenta encontrar alguma "contradição"? Parece que não...
Mas em outros momentos, tem tiradas bem espirituosas e faz perguntas que os jornalistas não fazem. Também traz definições sobre quem está sendo questionado. Nessa terça-feira, 8, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou a ser inquirido. Depois de ouvir muito bla-blá-blá no melhor estilo Rolando Lero, Calheiros definiu o auxiliar do Messias que dava voltas pra dar respostas:
"Queiroga inaugurou uma nova etapa do negacionismo. É o neonegacionismo. Finalmente, admitiu a ineficácia da cloroquina, mas continua sem coragem de tirá-la das normas do MS." [Ministério da Saúde].
Renan foi além:
"Disse que não tem nenhum infectologista no ministério, mas não soube quantos ex-militares exercem funções sem especialidade. Blindou o presidente e disse ter sido ele quem vetou a médica Luana Araújo. É a favor da Copa América, mas dispensa a vacinação dos jogadores. Queiroga é como um João Bobo: vai para um lado, vai para o outro. Entrega os anéis para não perder o cargo".
A chapa do ministro da Saúde também esquentou quando o senador Otto Alencar (PSD-BA), aquele que perguntou à médica Nise Yamaguchi qual era a diferença entre um vírus e um protozoário, questionou Queiroga: "O senhor leu a bula das vacinas contra a covid-19?"
A resposta foi não. Aí Alencar "levantou pra dez":
"Pois eu lamento. O Sr. é quem determina, precisa saber como mandar aplicar a vacina. Todas podem ter efeitos colaterais. Devo dizer que este talvez seja o ato mais irresponsável do ministro da saúde, mandar aplicar sem saber o que pode causar."
