sábado, 3 de julho de 2021

"NADA É SAGRADO": UMA JOVEM MUITO VIVA TENTA ENGANAR UM REPÓRTER SENSACIONALISTA DE QUE ESTÁ MORRENDO

   


     O sensacionalismo da imprensa sempre foi assunto para o cinema. O filme mais clássico desse tema é "A Montanha dos 7 Abutres" (1951). dirigido por Billy Wilder e estrelado por Kirk Douglas. Outros exemplos: "O Jornal" (1994) com direção de Ron Howard, com Michael Keaton, Gleen Close e Robert Duvall no elenco. "O Abutre" (2014). Direção: Dan Gilroy. Com: Jake Gyllenhaal, Rene Russo e Bill Paxton.
    O jeitão sensacionalista de muitos jornalistas trabalharem também pode ser vista numa comédia. É o caso de "Nada é Sagrado", de 1937. Uma comédia romântica com um texto cínico. Carole Lombard é Hazel Flagg. A moça achava que tinha um câncer terminal por causa da exposição à radiação no trabalho. Mas o médico diz que o diagnóstico estava errado e que ela estava em ótima saúde. Frederic March é Wally Cook,  o jornalista do "Morning Star", de Nova York, que vai à pequena cidade de Warsaw para escrever a história de Flagg.
    Claro que ele quer contar a história de maneira sensacionalista para vender muito jornal, "destrinchando" o caso em várias edições. A moça do interior, que sonhava conhecer Nova York, mente que está doente para ganhar a viagem (paga pelo jornal) em troca da reportagem. Na metrópole, impulsionada por matérias escritas por Cook , ela vira rapidamente uma celebridade.
    Agora o fato é: Como sustentar essa mentira? A celebridade "da noite para o dia" vai enganar o jornalista e o editor do "Morning" por quanto tempo? Todo mundo espera a morte da jovem...
    O filme é dirigido por William Wellman que, entre tantos filmes, também dirigiu a primeira versão de "Nasce uma Estrela" (1937). A produção é de David O Selznick que também fez "E O Vento Levou".
    A atriz Carole Lombard foi casada com o ator Clark Gable. Mas a vida dela terminou de uma forma trágica. Em janeiro de 1942, com apenas 33 anos, morreu na queda de um avião de pequeno porte entre Las Vegas e Los Angeles. Ela havia ido à Vegas para participar de uma venda de bônus para ajudar os EUA na Segunda Guerra Mundial.
    Com um humor às vezes ácido, um cena representa bem o sensacionalismo de que o filme trata: Flagg desmaia num cassino e o editor do jornal, pensando que ela estava morta, diz:
    "Ela tinha que fazer isso bem agora? Faltam só 15 minutos pra fechar a edição do jornal!"
    "Nada é Sagrado" foi filmado em cores. Algo raro na década de 30. Até hoje a qualidade está muito boa. De imagem e de som. E você pode assisti-lo, de graça, no YouTube.