sábado, 4 de setembro de 2021

11 DE SETEMBRO: "QUANTO VALE?" DISCUTE O "PREÇO" DA VIDA DAS VÍTIMAS DO ATENTADO TERRORISTA

    




    No próximo sábado vão ser completados 20 anos do maior ataque terrorista sofrido pelos Estados Unidos. Por ordem de Osama Bin Laden, dois voos comerciais sequestrados se espatifaram contra as torres gêmeas em Nova York. O primeiro às 8h46min atingiu a torre  norte. O segundo, às 9h03min acertou em cheio a torre sul. O número oficial de mortos - registrado no fim de 2001 - chegou a 3.045. 
    O filme "Quanto Vale?" (Netflix) não descreve o ataque. Mas as consequências dele. Por isso o título. Afinal, quanto vale uma vida humana? Pode ter "preço"? A história contata é baseada em fatos reais. Michael Keaton faz o advogado Ken Feinberg (autor do livro que originou o filme) que encara a dificílima tarefa de negociar indenizações com os parentes das vítimas. E são mortos de diversas classes sociais: Desde faxineiros, passando por seguranças, secretárias, gerentes e até diretores de grandes corporações.
    "Quanto Vale" prende a atenção por isso: A produção busca saber os bastidores desse tipo de tentativa de acordo. E saiba que até no país mais rico do mundo, não é fácil. Não é fácil para os parentes dos que morreram... 
    Pra tentar indenizar todo mundo, o governo cria um Fundo de Compensação pra fazer indenizações de acordo com cada caso. E, claro, economizando o máximo que puder. Nessa equação entram as companhias aéreas que foram derrubadas duas vezes pelos terroristas: A primeira no atentado e a segunda, economicamente falando, com a crise que atingiu o país. O negócio da Casa Branca é preservá-las. 
    Aqui entra o trabalho nada empático do personagem de Keaton: Fazer com que os parentes assinem o acordo com a quantia que for determinada. Pobres acham (com razão) que receberão pouco. Ricos (pensando em ficar ainda mais milionários) querem "quebrar a banca" oficial.
    Em defesa dos mais pobres aparece Charles Wolf (feito pelo ótimo Stanley Tucci) que tem duas missões quase impossíveis: "Humanizar" o advogado Ken Feinberg e arrancar dele uma indenização melhor para os mais necessitados.
    E no meio de tanta gente que dependeria desse dinheiro pra tocar a vida, estão parentes, por exemplo, de  vítimas como o bombeiro que era casado e deixou 3 filhos com a mulher e mais 2 com a amante... o rapaz que tinha um relacionamento estável com outro homem, mas que esse encontrava barreiras pra receber a indenização porque, naquela época, muitos estados não reconheciam a relação entre pessoas do mesmo sexo. Tem ainda, os  problemas enfrentados por imigrantes ilegais...
    O que o filme passa como mensagem é: Vidas tem o mesmo valor. E isso não se mede em tamanho de conta bancária. Ao contrário do que disse o negociador, personagem de Michael Keaton, logo no começo do longa, numa faculdade para estudantes de Direito:
    “Quanto vale a vida humana? [...] “Vocês não estão em uma aula de filosofia. No que diz respeito à lei, esta pergunta tem uma resposta”.