Kast (extrema direita) e Boric (esquerda) - Fotos AP
A esquerda achou que já estava com a "fatura liquidada", que "independente de candidato", ganharia a eleição presidencial. Isso no Brasil? Não! No Chile! E é agora... em 2021.
Lá vai ter segundo turno. E é entre um candidato de extrema direita ( José Kast) e um de esquerda (Gabriel Boric). A eleição vai ser dia 19 de dezembro. Na terra de Pablo Neruda, o voto não é obrigatório.
Kast (55 anos) - simpatizante das ideias do ex-ditador e genocida Augusto Pinochet - é advogado e fez 27,92% dos votos no primeiro turno. Boric (35 anos, idade mínima para se candidatar ao cargo, é ex-deputado) ficou com a preferência de 25,80% dos eleitores.
Nos últimos 16 anos, é a primeira eleição no país sem a participação de Michele Bachelet (atual alta comissária da ONU para Direitos Humanos) e Sebastian Piñera (o atual presidente, mas que está na "corda bamba": tem grande rejeição popular e escapou há pouco de um processo de impeachment).
Para tentar evitar que Boric chegue à Presidência, os conservadores se agruparam numa aliança de extrema direita. O candidato da esquerda espera contar com uma aliança semelhante no outro lado.
E o que isso tem a ver com o Brasil? Tá na cara, ou melhor, na eleição. Em 2022, por aqui, coloque como candidato de extrema direita, num hipotético segundo turno, o Messias, e como concorrente de centro-esquerda, o ex-presidente Lula. É óbvio que o centro direita, a extrema direita, a Faria Lima e o PIG - Partido da Imprensa Golpista - vão se reunir contra o petista.
Portanto, fica o alerta: Não dá pra galera de esquerda brasileira ficar nesse "Uhuuu" de "Já ganhamos no primeiro turno" ou de que "se lideramos as pesquisas vamos vencer até no segundo turno". É preciso pé no chão e ficar "pianinho".
Aguardemos o resultado de 19 de dezembro. A eleição do Chile pode ser um espelho para o Brasil. Os progressistas daqui esperam ver uma bela imagem vinda das urnas chilenas.