A pesquisa é, no mínimo, curiosa: Lula, Messias e Moro estão "empatados tecnicamente" no primeiro turno se as eleições presidenciais fossem hoje: Bolsonaro (28%); Lula (26,6%) e Moro (25,9%). Ciro Gomes deveria se preocupar. Na capital paranaense, ele (8%) "perde" para nenhum que tem 8,3%. Não sabe/não respondeu (1,7%) e João Doria (1,6%).
Bora Pensar! Minha amiga/meu amigo: o eleitor curitibano sempre teve um perfil conservador. Nunca elegeu um prefeito realmente de esquerda. Roberto Requião (MDB) não dá pra dizer que é de "esquerda". Se posiciona mais para o centro-esquerda. Não é, claro, um PT ou um PSOL. Mas, mesmo assim, ainda há esperança no campo progressista: Carol Dartora, filiada ao PT, teve a terceira maior votação para vereadora da cidade. Ficou atrás apenas de uma candidata do Novo e de um candidato do DEM.
Voltemos à eleição presidencial. Em 2018, o Messias fez 76,54% dos votos no segundo turno em Curitiba. Impressionantes quase 77%. No primeiro turno não foi muito diferente: 62,13%. Perfil conservadoríssimo do eleitor da cidade.
E essa pesquisa do Instituto Recieri Gabelini (IRG), publicada pelo jornal Indústria e Comércio, traz outro fator que mostra o comportamento do eleitorado: o espólio da Lava Jato. O levantamento foi feito ANTES do discurso de Moro na filiação ao Podemos. Movido pela lembrança do "juiz herói" (criado pela imprensa corporativa), apesar de agora ser considerado (pelo STF), "juiz suspeito", o eleitor "tradicionalista" da capital do Paraná, deve ter sido "vitaminado" pelas palavras de Moro no lançamento da pré-candidatura dele nessa semana.
Uma outra curiosidade da pesquisa: Num hipotético segundo turno, Moro (52,1%) venceria Lula (33,8%) e o Messias (31,3%). Lula só teria "chance" se fosse contra o Messias. E numa contagem apertada: 40,9% a 39,2%.
O IRG ouviu 800 eleitores curitibanos entre 4 e 9 de novembro. Margem de erro de 3,5%.
