A praça de pedágio mais cara do Brasil fica no Paraná: é a de Jataizinho, na região norte. Mas isso acabou. Desde a zero hora desse sábado, as cancelas foram liberadas (assim como em outras 13 praças do estado). Motivo? Fim do contrato da concessão de rodovias paranaenses.
Pra você ter uma ideia, minha amiga/meu amigo, lá em Jataizinho, a tarifa "mais barata" era de R$ 26,40. A mais cara poderia chegar a R$ 150,50 para caminhões com 7 eixos. Por enquanto estão liberadas as "porteiras" dos lotes 1,2 e 3 (Ecocataratas, Econorte e Viapar). À meia-noite desse sábado para domingo, vão ser liberadas as cancelas dos lotes 4,5 e 6 ( Caminhos do Paraná, Ecovia e Rodonorte).
É claro que rodar pelas estradas do Paraná não será "de graça" para sempre. Uma nova licitação para a conservação das rodovias estaduais já foi realizada. Quando os contratos de concessão forem assinados, a promessa do governador Ratinho Junior (PSD) é a de que as novas tarifas serão "muito mais baixas" do que as que vinham sendo cobradas.
O governo estadual garantiu que os serviços em caso de acidente continuarão sendo prestados. Se for numa BR (federal) a pessoa deverá ligar para o número 191. Se for numa PR (estadual) para o 198. Se o acidente tiver vítimas (tanto na BR quanto na PR) a ligação deve ser para o 193 (Corpo de Bombeiros).
Guinchos da PM estarão trabalhando para remover veículos e desobstruir pistas.
Mas... em casos de pneu furado, falta de combustível ou pane mecânica, aí o motorista "tem que se virar" atrás de socorro...
Bora Pensar! O governo "não acabou" com o pedágio como pode parecer. Ele interrompeu os atuais contratos assinados na década de 90.
Relembremos: Em 1996, o governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB) alegou falta de dinheiro para reformar as estradas. Para tentar resolver o problema, apelou para a iniciativa privada: assinou uma lei autorizando a União a "delegar" as rodovias federais aos estados. Na época, o governador do Paraná era Jaime Lerner (então no PDT). Ele assinou a concessão de mais de 2 mil quilômetros para as empreiteiras.
O contrato com as empresas foi firmado em novembro de 1997. Nos primeiros 6 meses, enquanto davam uma "garibada" nas pistas, não houve cobrança. Mas... quando começou, ai,ai,ai, ai, ai.... O povo se revoltou porque era um pedágio muiiiiitoooo caro. O ano de 1998 era de eleição. Lerner decidiu, unilateralmente, baixar as tarifas em 50%. Só em março de 2000 as empresas conseguiram, na Justiça, a restituição original dos valores.
Agora "corta para 2021". Em 2022 tem eleição. Ratinho quer "entrar para a história" como o político que "acabou" com o contrato draconiano dos pedágios. Promete um valor "bem mais baixo". Mas até quando?
O povo vai às urnas em outubro do ano que vem.
