sábado, 18 de dezembro de 2021

"CLÁSSICO É CLÁSSICO": UM JORNALISTA RASGA A CORTINA DE FERRO NA GUERRA FRIA

    
 


     A Guerra fria já rendeu muito boas histórias ( principalmente nos anos 50) na literatura e no cinema. É o caso do filme "Intriga em Paris" (EUA, 1952) dirigido por  Robert Parrish e Phil Karlson. No elenco: Dana Andrews (que faz o jornalista Jimmy Race);  George Sanders ( o chefe de redação do Herald Tribune em Paris, Nicholas Strang); e Marta Torén (que também faz uma repórter). 
    Na Guerra Fria, os EUA e seus aliados disputaram a "hegemonia mundial" com a então União Soviética e seus países satélites. Na história, a Hungria (comunista) prende um americano e o acusa de espionagem. Óbvio que as notícias do julgamento são censuradas. Os personagens de Dana, com um jeitão canastrão, e Marta, são escalados para entrevistar o embaixador húngaro em Paris. Informação vai, informação vem, os jornalistas descobrem uma aproximação perigosa entre a Hungria e a Iugoslávia (o que os russos não queriam). 
    A história vai ficando mais tensa a partir do momento em que Race é mandado para Budapeste para substituir outro repórter do Herald que teve um problema cardíaco. Claro que é a visão americana da história, mas dá pra ter uma boa ideia de como o Jornalismo "se equilibrava" naquela época para poder noticiar informação e contrainformação.
    E há algumas frases espirituosas. Uma delas dita Audrey Totter (que interpreta a jornalista Sandy Tate): ao encontrar a colega Jeanne Moray ( a belíssima Marta Tóren), na Redação, ela pergunta: "Vai dizer que fez tudo isso só com água e sabão?". A outra frase foi falada justamente pela jornalista vivida por Marta Tóren, num bar, ao ser questionada pelo barman porque estava tão triste: "Um bom barman deixa a cliente chorar na cerveja".


Marta Toren viveu pouco. A atriz, que era sueca, morreu, de um AVC, aos 31 anos em 1957.

IMPORTANTE: O filme está disponível de graça (com áudio original e legendas) no YouTube.