quarta-feira, 30 de março de 2022

AMSTERDÃ SOB O NAZISMO: HANNAH E SUA IRMÃ ANNE

    
                        
         Aiko Beemsterboa (à esq.) interpretou Anne Frank e Josephine Arendsen fez Hannah Goslar

     Grandes amigas são, muitas vezes, mais irmãs do que "irmãs de sangue". Esse nosso planeta está repleto de exemplos. Na nossa família, nas amizades próximas e na grande maioria de desconhecidos mundo afora. E existem histórias que viram livro, filme, peça de teatro. Ou seja, ficam para a posteridade.
    É o caso da amizade de Anne Frank e Hannah Goslar. O que aconteceu com Frank, boa parte do mundo sabe. Mas, pra muita gente, quem foi Goslar não se tem a menor ideia. Isso também aconteceu com esse humilde escriba.
    Hanna e Anne foram grandes amigas na adolescência. Mais do que isso. Praticamente foram irmãs. O filme "Anne Frank, Minha Melhor Amiga" (produção holandesa de 2021) conta esse relacionamento. Detalhe: Um filme que fala de Anne Frank e ela não é a personagem central... A história começa quando elas tinham 13 anos. Eram alemãs, mas judias. As duas famílias fugiram para a Holanda quando o nazista Adolf Hitler começou a perseguir os judeus. 
    As duas se gostavam tanto que, com a chegada do nazismo à Amsterdã, Anne prometeu à amiga que a levaria junto para morarem na Suíça. Um dia, Frank sumiu e Goslar pensou que a amiga havia ido embora e deixado ela pra trás. Na verdade, a família de Anne já estava naquele esconderijo - em Amsterdã mesmo - que, dois anos depois foi descoberto pelos alemães...
    Fato é, companheiros e companheiras, que Anne e Hannah acabaram presas em campos de concentração um perto do outro. Como o pai de Hannah havia sido servidor do governo alemão, a família dele teve alguns "privilégios" e acabou sendo trocada por prisioneiros de guerra alemães. 
    Anne Frank e a irmã dela, Margot, não tiveram a mesma sorte. Em 1945, no mês de abril, os ingleses liberaram os presos do campo de concentração. Mas Anne e Margot morreram um pouco antes, no fim de fevereiro daquele ano, de febre tifoide no campo de Bergen Belsen.
    Hannah conseguiu realizar um sonho de vida: Se formou em Enfermagem para ajudar outras pessoas. Ela está viva e, aos 93 anos, mora em Jerusalém.
    Para fazer o filme, o diretor Ben Sombogaart visitou Hannah algumas vezes.
    Ela concedeu entrevistas dando detalhes da história de amizade. Só fez um pedido ao diretor:
    "Por favor, termine o filme logo para que eu ainda possa assisti-lo".
    O pedido foi atendido.

    Obs: O filme está disponível na Netflix.