Não tinha visto. Quem me chamou a atenção foi uma amiga historiadora: A Folha de S. Paulo publicou, na primeira página, uma foto de Lula cabisbaixo, com a mão na testa como se estivesse derrotado. Foi nessa terça-feira, depois do primeiro turno das eleições.
E a fotografia não reflete a realidade. Lula saiu vitorioso com uma vantagem de 6 milhões de votos em relação ao segundo colocado, o Messias (PL). Mas a imagem, editada, que quis se passar, foi essa, de uma pessoa derrotada.
Quem viu Lula depois do resultado das urnas, viu um candidato bem diferente: Disposto, confiante, falante. Deu entrevista e foi para a avenida Paulista para encontrar o povo.
Mas a Folha, um dos maiores representantes da "mídia hereditária", editorializou a foto. Quis mostrar o contrário. E achou uma informação qualquer, sem relevância política nem jornalística, pra colocar como legenda:
"O ex-presidente Lula (PT) participa de reunião de campanha nessa segunda (3), em São Paulo".
A historiadora Lilia Schwarcz detonou:
"Qual o sentido do jornal colocar essa foto com a palavra cortada atrás: espera? Ao invés de esperança, mote da campanha do PT, destaca-se a palavra espera. O sentido é inverso".
O editor deve ter se achado um "gênio". Só que, assim como a palavra que ele editou deu outro sentido, no caso dele também a "genialidade" vira um ato de estupidez.
