Pensamento número 2: É um "acordão" ou é a morosidade da lei? Mesmo com 16 ações do TSE no lombo e diversos inquéritos criminais, se voltar ao Brasil, Bozo pode ficar inelegível, mas dificilmente será preso pela quantidade de trâmites que os inquéritos devem passar. Isso, de acordo com magistrados das mais finas togas, levaria aproximadamente 4 anos para os processos percorrerem todas as instâncias. Com informações da colunista Monica Bergamo.
Pensamento número 3: Acabou o discurso punitivista, a Constituição "rasgada" e o pé na porta. A lei é para todos. E os tempos agora são outros e os métodos mudaram. É o que garante o juiz Eduardo Appio que no começo desse mês assumiu a 13ª Vara Federal de Curitiba responsável pela operação Lava Jato. Ele é um crítico do "estilo" da dupla Sergio Moro (ex-juiz considerado suspeito pelo STF)-Deltan Dallagnol (ex-procurador-chefe da Lava Jato). No entanto, garante que não tem nada pessoal contra eles: "Mas isso não me impede de fazer críticas à operação como um todo, ao papel histórico. Achei interessante marcar posição naquele momento, quando a hegemonia era o discurso punitivista, o pé na porta e rasgar a Constituição. Eu estava do lado certo da história". Em entrevista à Folha, o juiz Appio disse ainda: "O ex-presidente Bolsonaro falou diversas vezes que muitas das razões pelas quais tinha sido eleito foram graças às ações e a tudo que aconteceu na Lava Jato. Queremos a lei igual para todos, as mesmas garantias para Lula, Temer, Bolsonaro ou o senhor João da Silva". Antes de ser magistrado, Appio foi promotor de Justiça durante 23 anos.