quinta-feira, 2 de fevereiro de 2023

LUTO NO JORNALISMO: MORRE GLÓRIA MARIA

   


     Carioca de Vila Isabel, a mesma Vila de Martinho, Glória Maria morreu aos 73 anos no Rio de Janeiro nesse 2 de fevereiro. Vítima de câncer de pulmão com metástase no cérebro. Deixou as filhas Laura e Maria adotadas em 2009 em Salvador. 
    Formada em Jornalismo pela PUC-RJ, começou a trabalhar na TV Globo no comecinho da década de 70. A primeira reportagem para a emissora foi sobre a queda do Elevado Paulo de Frontin em novembro de 1971. Fez reportagens para os principais telejornais. Apresentou o Fantástico de 1998 a 2007. Também fez várias reportagens e apresentou o Globo Repórter a partir de 2010.
    Glória Maria foi a primeira repórter negra a se destacar na televisão. Ajudou a abrir as portas para negras e negros que também sonhavam com a profissão de jornalista.  Foram 50 anos de jornalismo profissional. Foi a primeira mulher a fazer a cobertura de uma guerra na TV Globo (a das Malvinas em 1982).
Entre as celebridades que entrevistou na música, por exemplo estão: Michael Jackson, Mick Jagger e Freddie Mercury.
Ela trabalhou em todos os continentes e tinha carimbos de mais de 160 países no passaporte.
Enquanto muita gente acha que deve tudo ao patrão, que patrão é pai e Deus, assim ela definia o trabalho na TV Globo:
"A TV Globo acreditou no meu talento. Ela não me deve nada e eu não devo nada a ela. O que ela investiu em mim como profissional, eu dou de volta em audiência e em credibilidade, o bem mais precioso e raro de todos, algo que não se compra nem se fabrica, meu bem maior".
E sobre o jornalismo:
"O jornalista é o fiscal da sociedade. Temos de esquecer um pouco o glamour - e é difícil isso, eu sei - a possibilidade do sucesso fácil ou do charme e lembrar que o jornalista é um prestador de serviço da sociedade. Jornalismo é arte, arte de pensar, de falar, de se autoanalisar, arte de olhar para o outro.".