O martelo bateu na noite dessa terça-feira. A noite ficou calada. Depois de 69 anos sob administração do estado, a Copel - Companhia Paranaense de Energia Elétrica - uma empresa de economia mista, fundada por Bento Munhoz da Rocha Neto, considerado um dos melhores governadores da história do estado, foi privatizada por um nem tão considerado assim.
O grito de "vendido" veio depois da quantia oferecida chegar a R$ 5,2 bilhões. Cada ação foi cotada a R$ 8,25 com um ágio de 5% em relação ao "preço de referência". Os compradores têm até sexta-feira para depositar a grana.
Agora a "luz apagou" para quem era contra o negócio. Mesmo assim, a Frente Parlamentar em Defesa da Copel marcou um protesto às duas da tarde dessa quarta-feira,9, em frente ao Tribunal de Contas do Estado.
A transação foi conduzida pelo "pool" Bradesco BBI, BTG Pactual, Itaú BBA, Morgan Stanley e UBS BB. Fica a dúvida: O Itaú vai levar uma "fatia gorda" dessa grana ainda por conta da compra do Banestado? Será?
Entre os compradores que se comprometeram a entrar no bolo estão as gestoras americanas Zimmer (com interesses em energia, petróleo e saneamento) e a GQG.
Como fica o "powerpoint" da empresa privatizada? O governo do Paraná antes tinha 69,7% do capital ordinário e 31% do total. Agora fica com 27% do capital com direito a voto e 15,6% do total.
A Copel abriu o capital na Bovespa (hoje B3) em abril de 1994. Em 1997 foi a primeira empresa do setor elétrico brasileiro a ter ações negociadas na bolsa de Nova York.
Fundada em 26 de outubro de 1954 pelo então governador Bento Munhoz, surgiu para que o Paraná tivesse um sistema elétrico integrado. Como estatal foi exemplo de produtividade e lucratividade. Sob o controle do estado sempre foi considerada uma empresa eficiente. Vejamos como se comportará a partir de agora.
O último a sair apague a luz!