Há 9 anos começava uma revolução no transporte de passageiros no Brasil: Foi a chegada da primeira empresa de carros de aplicativo. E como toda novidade, pra "ganhar" os clientes dos tradicionais taxis, ofereceu várias vantagens para os passageiros: Tarifa mais baixa que de um taxi - o principal motivo para que as pessoas fizessem essa escolha. Mas não era só: Oferecia, como cortesia, ou seja, de graça, balinhas e até, em alguns casos, água mineral. Maravilha, né?
Poisintão... esse "paraíso" não durou muito tempo. Primeiro porque as empresas "caíram na real" e descobriram que exigir carros muito novos com um certo padrão superior (como era a ideia inicial, oferecer conforto por preço menor) "encalhou" no mercado. O negócio era: baixar o nível de exigência e manter tarifas mais populares. Balinhas e água mineral ficaram pelo caminho...
Mas... com o sucateamento da Economia do país (governos Temer e Bozo, principalmente), também tem o lado do motorista: O carro de APP que era, em tese, pra ser um ganho de renda a mais (o popular "bico") para os motoristas, acabou virando a única renda para muitos por causa do desemprego ou dos empregos informais que foram criados. Some-se isso, as constantes reclamações dos profissionais do volante: As companhias de aplicativo repassam pra eles um valor considerado baixo. Aí tem que trabalhar muito mais pra ter um rendimento razoável. Outra: Criou-se um categoria profissional sem regulamentação nenhuma.
Chegamos, finalmente, ao nosso ponto: Com despesas altas pra manter o carro (combustível, em primeiro lugar, mais pneus e revisões...) os motoristas agora precisam ultrapassar um outro obstáculo: Com dias seguidos de forte calor, uma necessidade para o conforto do passageiro seria ligar o ar condicionado. Mas aí tem uma questão técnica: Uso de ar resulta em consumo maior de combustível...
Pra tentar fazer o contorno nessa situação, alguns profissionais estão dando carona para uma polêmica: Sugerem que o passageiro deixe uma "caixinha", via PIX, pra ajudar a pagar pela temperatura mais agradável.
O que dizem as operadoras de APP: Elas, praticamente, lavam as mãos. e afirmam que "a harmonia deve existir entre motorista e cliente". Ou seja, em resumo: Vocês é que se entendam!
Mas sejamos justos: O (pelo menos) razoável, seria as companhias repassarem (em épocas mais quentes) um "tantinho" a mais para os profissionais.
Óbvio que a empatia deve prevalecer em todas as situações da vida. Mas a população já busca um carro de APP justamente pra pagar mais barato pelo transporte.
Cobrar esse "ônus" das pessoas seria andar na contramão do bom senso.