"Na dúvida, fique com os bolsonaristas". Esse parece ser o lema de Ratinho Jr. (PSD), quando desta polêmica sobre o livro "O Avesso da Pele". Em vez de incentivar um debate entre quem é contra e quem é a favor a distribuição do livro para estudantes do ensino médio, preferiu o caminho que lhe pareceu mais fácil: Mandar recolher a obra nas escolas estaduais, para atender a grita de políticos conservadores. Isso tem nome: censura! Também dá pra dizer: "Uma vez bolsonarista, sempre bolsonarista!"
Mas por que o livro de Jeferson Tenório causa tanta repulsa em políticos e em apoiadores da extrema-direita? Porque, evidentemente, de acordo com o próprio autor, "o texto é sobre racismo estrutural, violência policial e sexualidade". Aí já viu, né? Mexeu no vespeiro do ultraconservadorismo.
E bora lembrar que "O Avesso da Pele" foi escolhido pelo Programa Nacional do Livro Didático que reúne vários especialistas em educação e literatura.
Importante destacar: Apesar de bolsonaristas dizerem que o livro foi indicado pelo governo Lula (PT) - olha mais uma fake news aí, gente! - , em verdade foi indicado ainda no governo Bozo (PL). Ou seja, foi o governo conservador anterior que mandou distribuir a obra nas escolas.
"O Avesso da Pele", apesar de ser chamado de "lixo" por alguns políticos de direita no Paraná, ganhou, em 2021, o prêmio Jabuti. São pessoas assim que "nos representam" nas Câmaras Municipais, Assembleia Legislativa e Congresso Nacional.
Ainda: A Federação PSOL - Rede na Câmara dos Deputados entrou com representação no MPF - Ministério Público Federal - pedindo uma investigação sobre a conduta do governo do Paraná por causa do recolhimento do livro.
Para a deputada federal Erika Hilton (PSOL/SP), líder da Federação PSOL-Rede, "o ofício de recolhimento dos livros é uma ação antidemocrática e que mira apagar da história as contribuições dos negros para a construção da nação e censurar nas escolas as discussões sobre os efeitos da escravização e de como o pós-abolição foi insuficiente para garantir a igualdade política, econômica e social do negro na sociedade".
E o que o governador do Paraná vai mandar fazer? Queimar os livros?
Será?
Não duvido de nada!