Se um festival é de rock, imagina-se que ele terá...rock! Não sou o primeiro nem o último a dizer: Rock é o estilo que menos tem no dito Rock in Rio. E não é de agora. A cada edição, a música que surgiu nos EUA no fim dos anos 40 e começo dos anos 50, vai desaparecendo. Muitos historiadores consideram, inclusive, que Chuck Berry (1926-2017) é o "pai" do rock e que a canção dele "Maybellene" é a primeira música do rock and roll.
Poisintão...Pra quem já teve, na primeira edição, roqueiros do "calibre" de Nina Hagen, Rod Stewart, Iron Maden, Queen, AC/DC, Ozzy Osbourne (!) entre outros, hoje, quem realmente é roqueiro só tem a lamentar...
O Rock in Rio já está na "meia idade", 39 anos, e, "modernizado", envelhece mal pra quem espera ouvir o rufar das baterias, o zunir das guitarras e os vocalistas (frontmen) se "esguelando" no palco. Em 2024, o festival não "desbundou", mas "nutellou". Nos vários palcos (a cada edição parece que criam mais...) você ouve de tudo e quase nada de rock and roll, que em bom português significa "balançar e rolar".
Tem "Funk in Rio", "Pop in Rio", "Samba in Rio", "Pagode in Rio", "Axé in Rio", "Dance in Rio", "Jazz (!) in Rio", "Bossa Nova (!) in Rio" e agora também tem... "Sertanejo (!!!) in Rio". Mais honesto (pra com a galera que curte todos esses tipos de música e para com os roqueiros "raiz") que o festival passasse a se chamar "Music in Rio", ou algo parecido...
Aí você vem dizer: "É, mas desde a primeira edição não tinha só rock!"
De fato, mas dá uma olhada na qualidade da turma que se apresentou lá no já "pré-histórico" 1985:
Da lama de 1985, o festival foi ao... nada! Virou um grande "shopping center" da música com praça de alimentação, camarotes, lojinhas por perto...sempre com aquela meia dúzia de globais que vestem uma jaquetinha preta e se dizem "roqueiros".
Rock'n'Roll é sinônimo de rebeldia. É o que menos tem no dito festival.
* O primeiro Rock in Rio recebeu 1 milhão e 380 mil espectadores.
* Foram 10 dias de apresentações.
* Foi realizado na antiga Cidade do Rock, em Jacarepaguá, zona oeste do RJ.
* Custo total de 11 milhões de dólares
* Como o terreno não foi devidamente preparado, choveu e formou muita lama. O festival ganhou o apelido de "Lama em Rio".