O atacante do Palmeiras, Luighi, sofreu racismo na noite dessa quinta-feira em San Lorenzo no Paraguai. Foi no jogo contra o Cerro Porteño pela Libertadores Sub-20. Outro jogador do time paulista, Figueiredo, também foi vítima do crime: Um torcedor, com uma criança no colo, imitou um macaco enquanto ele passava pela lateral do campo.
Com Luighi, além de sofrer o racismo, levou cuspos.
O repórter da entrevista nem mencionou a agressão aos dois jogadores brasileiros. Aí Luighi se revoltou contra ele: "É sério isso? Vocês não vão perguntar sobre o ato de racismo que fizeram comigo? É sério: Até quando a gente vai passar por isso?"
E não adianta a imprensa brasileira tentar "aliviar" para o repórter - que é mais um segurador de microfone - afirmando que ele é "prestador de serviço" da Conmebol e instruído a perguntar só sobre o jogo... Já começa tudo errado por aí. A emissora que tem o direito de transmissão deveria ter um repórter pra fazer a entrevista. No caso, o Sportv.
Isso me lembrou do caso envolvendo Vinícius Junior em 2023. Ele foi vítima de racismo num jogo do Real Madrid. Na entrevista pós-jogo, uma repórter perguntou para o técnico Carlo Ancelotti sobre a partida. O treinador do Real devolveu: "Você quer falar sobre futebol? Eu não quero. Quero falar sobre o que aconteceu hoje aqui..."
De volta ao caso do Luighi: A Conmebol, por enquanto, se limitou a dizer que "medidas disciplinares apropriadas serão implementadas e outras ações estão sendo avaliadas em consultas com especialistas da área". Quer dizer, afirmação mais vazia é impossível. E trata essa agressão como se fosse novidade. Deveria começar proibindo o time do torcedor agressor a jogar sem torcida por um determinado número de jogos... E ..."consultas com especialistas"? Especialistas em quê? O que precisa, o quanto mais rápido, é orientar os "repórteres" que prestam serviço para a Conmebol.
E o Palmeiras? Divulgou nota "condenando os atos de racismo". E que irá "até as últimas consequências para que todos os envolvidos sejam devidamente punidos". Um atitude deveria ser se recusar a entrar em campo enquanto a Conmebol não apresentasse as tais medidas.
"É, mas aí o Palmeiras pode ser punido" diria o torcedor mais fanático. Mas lembre que os jogadores do time estão sendo vítimas de crime, amigo. Se a direção do clube fala em "ir até as últimas consequências", um caminho é esse: Não entrar em campo.
Solidariedade ao Luighi e ao Figueiredo.
Veja a manifestação do Luighi.
(fonte: YouTube)