sexta-feira, 4 de julho de 2025

GLOBO: REDES SOCIAIS PASSAM A PAUTAR O QUE VAI AO AR NA EMISSORA LÍDER NO PAÍS

   



      Sinal dos tempos, minhas amigas/meus amigos. Agora o internauta é o ombudsman (pessoa que "fiscaliza" e critica o material que vai ao ar...) da Rede Globo, a emissora líder e mais poderosa do país. Em televisões e jornais, o ombudsman é o sujeito independente que faz essa análise e sugere tratamento diferente ou mesmo suspensão de determinado assunto.
    A TV Globo sempre foi distante ("insensível"?) às reclamações das redes sociais. Sempre praticou a "interatividade" desde que isso significasse engajamento, audiência, mas não crítica.
    Mas... as coisas começam a mudar. As redes sociais deram uma demonstração nessa sexta-feira,4, que podem ter mais poder do que imaginam. Nessa quinta-feira, 3, o Jornal Nacional exibiu uma reportagem de quase 7 minutos com tom crítico ao uso de inteligência artificial (IA) para produzir vídeos que viralizaram na internet com críticas ao Congresso ("Congresso Inimigo do Povo") e ao presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos/PB),  chamado de "Hugo Não Se Importa". 
    Foi só a matéria ir ao ar que começou uma enxurrada de críticas, agora, à Globo. A emissora foi "acusada" de fazer a defesa dos políticos que aprovam projetos não populares e não aprovam projetos que beneficiariam a população mais pobre.
    O comando do jornalismo ainda mandou reprisar a reportagem no Jornal da Globo, Hora Um e no Edição das 6 horas da GloboNews. Mas com a quantidade de reclamações do povo só aumentava, a emissora decidiu suspender o material e não reapresentá-lo mais. Óbvio que é um "caso isolado", mas é uma demonstração da força da internet.
    Essa reação popular contra o posicionamento da TV em defesa dos políticos criticados tem um simbolismo maior do que se imagina: As redes sociais quando se juntam podem chegar a algo não imaginado há pouco tempo. Suspender um tipo de assunto que a televisão quer exibir.
    Abraçada - declaradamente - a um projeto ultraliberal na economia e conservador na política, a Rede Globo às vezes tenta passar a imagem de ser "imparcial" no noticiário. Coisa que não é. Fatos mais recentes como o impeachment da ex-presidente Dilma, a Lava Jato e a eleição de Jair Bozonaro mostram de que lado a emissora está.
    Por isso que eu sempre repito: Não existe jornalismo imparcial. Existe jornalismo honesto.