Folha de S. Paulo >>> Há uma parte da geração mais velha que não entende as novas tecnologias. O que essas pessoas deveriam fazer?
Friedman >>> Eu tenho 64 anos e não uso o twitter, nem tenho uma página no Facebook. Eu simplesmente não estou lá. Para mim, comunidade é face a face, eu não acredito em comunidades virtuais. Falo muito sobre tecnologia e globalização, mas eu não ponho isso em prática. Eu sei quem são os meus amigos, não preciso de um "joinha". Gosto de entrevistar pessoas de verdade.
Folha >>> Por que é tão difícil debater questões muito complexas nas redes sociais?
Friedman >>> As redes sociais são muito boas em fazer as pessoas ficarem moralmente ultrajadas. Há um ditado russo que diz: "É mais fácil transformar um aquário em sopa de peixe do que sopa de peixe num aquário." As redes sociais são muito boas em fazer sopa de peixe, em destruir as coisas, em mobilizar as pessoas para derrubar governos. Mas elas são bem ruins em fazer aquários, em construir. (...) As redes sociais tornaram fácil destruir pessoas, espalhar rumores, fazer as pessoas ficarem revoltadas, e isso torna a ação coletiva em torno de uma agenda coerente quase impossível".
Friedman venceu por 3 vezes o prêmio de jornalismo Pulitzer. É autor de livros. Por exemplo:
"O Mundo é Plano", "Quente, Plano e Lotado" e "Obrigado pelo Atraso".

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