
Ricardo Costa de Oliveira
A morte precoce por doença de Otávio Frias de Oliveira Filho, herdeiro do Grupo Folha, herdeiro de velhas famílias do Rio de Janeiro e de São Paulo, trineto do Barão de Itambi, é muito simbólica nesta conjuntura ao revelar o fim de um tipo de mídia, o fracasso de uma elite cultural da classe dominante tradicional, incapaz de se modernizar e que se enterra junto com o fracasso do Golpe de 2016. Otavinho foi um dos protagonistas da "Contrarrevolução de Cashmere", as manifestações da plutocracia paulistana na derrubada da democracia, frustrando a promessa de tonar o Brasil uma sociedade democrática, sonho acalentado desde a transição da última ditadura (não ditabranda) nos anos 70-80. O fracasso civilizatório profundo de setores do empresariado, da mídia, do sistema judicial e das forças armadas de segurança, em se educarem, se aprimorarem culturalmente, se modernizarem e se democratizarem, estes que são os responsáveis pela profunda miséria golpista que o Brasil vive hoje em dia e com consequências ainda imprevisíveis. Quem se lembra da promessa frustrada do papel progressista da Folha de São Paulo na Campanha das "Diretas Já", nos idos de 80 e o retorno do golpismo, do autoritarismo e da indigência intelectual oportunista e subserviente ao atraso nos últimos anos, movimentos reacionários que jogam o Brasil em profunda crise civilizatória causada pela incapacidade desta mesma classe dominante em se modernizar, aceitar a democracia, a inclusão social e parar de afundar o país como fazem na perseguição golpista e autoritária contra Lula, contra a democracia, contra a modernidade, contra a ética e contra a civilização.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.