quarta-feira, 27 de novembro de 2019

RICHA: BETINHO, MAS UMA VEZ, COM PROBLEMAS COM A JUSTIÇA...

   

 Ele chegou a ser apontado (na cúpula do PSDB e por empreiteiros..) como um "jovem político com futuro promissor". Mas o "futuro" do ex-governador do Paraná, complicou. O Ministério Público do Estado ofereceu denúncia criminal por lavagem de dinheiro contra Richa. Isso nas duas gestões (de 2011 a 2018). Também foram denunciados a esposa, Fernanda Richa e o filho André Richa. Ainda: o contador da família, Dirceu Pupo Ferreira.
    O que pegou? A denúncia se refere à compra de um conjunto de salas comerciais no Centro Cívico, em Curitiba, em 2013. Uma parte do pagamento teria sido feita com dinheiro recebido como propina de construtoras investigadas na Operação Quadro Negro (a investigação do desvio de verbas que seriam para a construção e reforma de escolas estaduais).
    O que também pesa contra o ex-governador, a esposa e o contador: Denúncia por obstrução de Justiça. Em agosto do ano passado, teriam tentado influenciar o vendedor de imóveis, que intermediou o negócio, a esconder a existência de parte do pagamento (cerca de 900 mil reais) feita em dinheiro vivo (!). A denúncia foi recebida pela Nona Vara Criminal de Curitiba na sexta-feira passada.
         
                             ASCENSÃO POLÍTICA METEÓRICA....QUEDA TAMBÉM!

    Político considerado "jovem" (54 anos) para os padrões brasileiros, Carlos Alberto Richa (filho do ex-governador José Richa) subiu como um foguete na vida pública. Companheiros políticos até "lamentavam" o fato de ele ser contemporâneo de Aécio Neves, mais ou menos da mesma idade. O político mineiro,com muito mais projeção nacional, sempre teve preferência dentro do partido dos tucanos. Mas Aécio também se envolveu com problemas com a Justiça...mas nunca foi preso nem condenado!
    Poizintão....voltando ao Carlos Alberto: Em 1994 foi eleito deputado estadual. Em 98, reeleito com o dobro de votos (44.800). Em 2000, eleito vice-prefeito de Curitiba (na chapa com Cássio Taniguchi).
    Em 2004, se elegeu prefeito de Curitiba aos 39 anos com 54,78% dos votos. Quatro anos depois, foi reeleito no primeiro turno com 77,27% dos votos válidos derrotando...Gleisi Hoffmann!
    Em 2010, foi eleito governador no primeiro turno com 3.039.774 votos. Em 2014, reeleito governador do Paraná, no primeiro turno, com 55,67% dos votos válidos.
    Em 2018, não podendo mais se candidatar ao governo para um possível terceiro mandato seguido, se descompatibilizou do cargo pra tentar uma vaga ao Senado. 
    Mas...aí pesaram as denúncias contra ele. Em agosto de 2018, foi condenado, em segunda instância (olha a segunda instância aí, gente!) por realizar uma "parada" de dois dias em Paris (com o uso de dinheiro público!)  na missão oficial à China. A defesa diz que ele não agiu de má fé e que reembolsou verbas que teriam sido usadas de forma irregular...
    PRISÕES: Em 11 de setembro do ano passado, a pedido do Ministério Público do Paraná, foi preso em Curitiba. Também foi alvo, no mesmo dia, da Operação Lava Jato, que investigava o envolvimento de servidores públicos e empresários com a construtora Odebrecht no favorecimento de licitação para obras na PR-323 no noroeste do estado. Em 14 de setembro, ele e os outros presos (incluindo Fernanda Richa) foram colocados em liberdade pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, que justificou: "há indicativos de que tal prisão tem fundo político". A eleição estava próxima. Com a denúncia e a prisão, o povo não elegeu Richa senador.
    Em 29 de janeiro de 2019, o ex-governador voltou pra trás das grades (de forma preventiva): Agora denunciado pelo Ministério Público Federal, era acusado de corrupção passiva e organização criminosa em esquema de propina nos contratos de concessão de pedágio.Cerca de 8,4 bilhões de reais teriam sido desviados. A propina, segundo os procuradores, chegaria a 35 milhões de reais. Em primeiro de fevereiro, Richa foi solto por determinação do presidente do STJ, João Otávio de Noronha. Justificativa: "Não havia motivos para a prisão". Mais: Ele concedeu um salvo-conduto impedindo que o político tucano fosse preso na mesma operação.
    Mas... as indas e vindas de Carlos Alberto ao xadrez ainda não haviam terminado: Em 19 de março, foi preso, de novo, em um desdobramento da Operação Quadro Negro, que apura desvio de mais de 20 milhões de reais em obras em escolas do estado. Em 4 de abril, foi colocado em liberdade pela Segunda Câmara Criminal do TJ-PR.
    Os advogados afirmam que ele é inocente de todas as acusações.
    Enquanto fica essa situação de "prende e solta", de enroscos com a Justiça, a vida política de Beto Richa vai acabando...no entanto.... na política nunca dá pra afirmar que "acabou", que é "o fim de uma era"...afinal, assim como a fênix, políticos também renascem das cinzas...
    Fato é  que, nesse momento, sem mandato, ele está mais preocupado em convencer o eleitor de que é inocente do que em pedir votos.






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