O presidente Messias já deveria começar a se preocupar com o futuro político dele. Não pela reação da oposição aos desmandos que vem cometendo em dois anos e quase três meses em Brasília. As acusações de genocídio, de má administração do combate à pandemia, o descontentamento de boa parte do eleitorado, ele enfrenta no "campo de guerra da política".
Mas o que o capitão não consegue controlar é o poder econômico que banca muitas candidaturas, que banca, patrocinando, vários meios de comunicação (o chamado PIG - Partido da Imprensa Golpista). É o que se acostumou a chamar de "Mercado". Essa "entidade" que ninguém vê, mas que tem poder pra caramba pra fazer e derrubar governos. Quem tem dinheiro tem poder.
Junte instituições financeiras mais a mídia patronal e a tempestade perfeita está formada. Esse povo do tal mercado "apostou" na candidatura do Messias acreditando que , apesar do toscão no comando, as políticas ultraliberais de Guedes seriam benéficas a ele (o "deus" Mercado). Mas o PIG e os financistas se deram mal. Apostaram errado. Melhor seria terem ficado com o professor Haddad e todo o histórico de ganhos que os bancos/indústrias/serviços tiveram nos governos de Lula. Enfim...
Fato é que todo o negacionismo do estrupício sobre a pandemia está trazendo prejuízos para o "Mercado", o PIG e os "setores produtivos" (leia-se indústrias.). A coisa chegou a tal ponto que o deus "Mercado" lançou uma carta aberta ao capitão cloroquina reclamando do pouco caso, da incompetência no enfrentamento da pandemia.
O documento é assinado por "pesos pesados" da Economia. Gente que entende (demais!) dos bastidores do "Mercado" e da política. Motivo pelo qual o Messias já deveria começar a tremer. O professor da UFPR, Ricardo Oliveira, lembra a relação dos que colocaram a assinatura no documento:
Roberto Setubal e Pedro Moreira Salles, co-presidentes do conselho de administração do Itaú Unibanco; Edmar Bacha, um dos idealizadores do Plano Real; Sandra Rios, diretora no Cindes (Centro de Estudos de Integração e Desenvolvimento); Felipe Salto, diretor-executivo da IFI (Instituição Fiscal Independente) do Senado; Elena Landau, economista, advogada e presidente do Conselho Acadêmico do Livres; Pedro Parente, presidente do conselho de administração da BRF (Sadia e Perdigão); Paulo Hartung, ex-governador do Espírito Santo; Luis Stuhlberger, sócio da Verde Asset; Fersen Lambranho, presidente do conselho de administração da GP Investments; José Olympio Pereira, o presidente do conselho de administração do Credit Suisse; os ex-presidentes do Banco Central: Ilan Goldfajn, Armínio Fraga, Affonso Celso Pastore e Gustavo Loyola e o ex-ministros da Fazenda: Pedro Malan, Marcílio Marques Moreira e Rubens Ricupero.