A detenção do vereador e advogado curitibano Renato Freitas (PT) virou notícia nacional. Ele e um amigo foram detidos na tarde dessa sexta-feira quando jogavam basquete e ouviam música numa caixa de som na praça 29 de Março que fica num bairro considerado de classe média alta da capital paranaense. Os dois são negros e afirmam que houve exagero e preconceito racial na ação dos policiais.
O 12º Batalhão da PM distribuiu uma nota pra imprensa afirmando que "os direitos humanos" foram "respeitados". OK. Mas e o governador Ratinho Junior (PSD) não vai tomar nenhuma providência? Cobrar responsabilidades pelo modus operandi dos policiais militares? Não vai se manifestar, pelo menos nas redes socais?
A Ordem dos Advogados do Brasil se manifestou. A OAB-PR classificou assim a detenção:
"Para a OAB Paraná, as imagens divulgadas até o momento revelam a existência de exageros e desnecessidade de uso de aparato policial tão ostensivo como o que se viu. A OAB está acompanhando o caso desde o primeiro momento, pois prisões arbitrárias configuram crime, nos termos do artigo 9º., da lei de abuso de autoridade.
A prisão de cidadãos, numa Democracia, deve ser exceção, medida a ser utilizado pelo Estado apenas nos casos em que a privação liberdade seja indispensável para assegurar a proteção dos demais cidadãos.
Todo cidadão, ao ser preso, deve ter respeitado o direito de saber no ato de sua detenção, o motivo pelo qual sua liberdade está sendo cerceada e de ser tratado com dignidade.
A seccional paranaense analisa também a ocorrência de discriminação e preconceito racial na ação da polícia."
Como você viu, a Ordem dos Advogados considera que houve exagero e o uso de "aparato policial" foi "ostensivo".
Se a OAB considera que houve excesso na ação policial para prender o vereador e o amigo dele, como o governador classificaria o procedimento? Será que os policiais paranaenses estão sendo preparados da forma adequada? É isso que a sociedade paranaense precisa saber do governador.
Depois de sair da delegacia, à noite, o vereador Renato Freitas também falou sobre a detenção:
"A PM nos abordou na 29 de Março, que por decisão da Prefeitura estava aberta. Havia pessoas praticando esporte. Éramos mais um entre outros. Fomos tratados como sub-cidadãos, inimigos. O policial que nos olhava se incomodava com a nossa presença. Achou que pessoas como nós não deveriam estar lá. Trataram a gente com racismo. Eu, hoje, representante da cidade, como vereador, não fui tratado como vereador nem como cidadão, nem como pessoa. A minha humanidade foi retirada no momento em que batera, agrediram, injuriaram."
Com a palavra, o governador.
Um novo vídeo mostra o momento em que os PMs abordam o vereador e o amigo dele. Veja como tudo aconteceu.
(fonte: YouTube)
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